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Transtorno bipolar reduz a expectativa de vida em pelo menos 10 anos; Saiba Tudo!

Quase 10 milhões de brasileiros têm transtorno bipolar. Parece simples classificar mudanças súbitas de humor, mas não é tudo a mesma coisa. Como diferenciar a bipolaridade e a depressão? De acordo com os psiquiatras, Diego Tavares e o consultor Daniel Barros sobre sintomas, diagnóstico e tratamentos.

O nosso humor sofre oscilações dependendo dos estímulos que recebemos no dia a dia. Faz parte da vida estarmos hora feliz, hora triste, mas isso não pode ser confundido com transtorno bipolar.


Transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma disfunção do funcionamento cerebral. Os danos são sentidos em todo o corpo, e quem tem a doença sofre com inflamações até no organismo. “Pessoas com transtorno bipolar tem mais obesidade, mais infarto do miocárdio, mais alterações de pressão arterial”, explica o psiquiatra Rodrigo Bressan.


  • O transtorno bipolar reduz a expectativa de vida em pelo menos 10 anos.
No transtorno bipolar existe uma perda da capacidade do sistema nervoso de regular adequadamente o humor. São dois tipos de bipolaridade:


  • Tipo 1: é o transtorno de humor mais raro, se inicia mais precocemente, antes dos 20 anos. Pode ter poucos episódios de depressão, mas tem episódios de mania bem evidentes, que podem precisar de internação. Os episódios de mania podem ser psicóticos. É mais fácil de ser diagnosticado porque a fase maníaca é muito marcante. É uma doença crônica que apresenta episódios de depressão ao longo da vida, mas a pessoa fica intervalos longos de tempo sem doença.
  • Tipo 2: é o segundo transtorno de humor mais comum, só perde para a depressão clássica e se inicia numa faixa etária intermediária, entre os 20 e os 30 anos. O diagnóstico pode demorar 15 anos. Os episódios de ativação são leves (chamados de hipomania) e costumam ser tão sutis que se acredita que ela está acelerada porque houve uma melhora da depressão. Tem episódios recorrentes de depressão (mais de cinco episódios no ano).

Na fase eufórica aumenta a liberação de substâncias estimulantes, como dopamina e glutamato, que ativam o sistema nervoso, deixando todas as áreas cerebrais muito ligadas. Já na fase depressiva acontece o oposto – diminui a liberação de dopamina e glutamato, “desligando” o sistema nervoso.

O tratamento começa com um bom diagnóstico. E como tratar o transtorno bipolar? Os medicamentos usados são estabilizadores do humor, anticonvulsivantes e antipsicóticos.


Transtorno bipolar e depressão: as diferenças

A depressão clássica costuma aparecer de maneira lenta e em intervalos longos. É uma doença que tem cura. Já a depressão do transtorno bipolar, por oscilar com a mania ou hipomania, pode melhorar rápido, mas as crises depressivas acontecem em intervalos mais curtos e não tem cura.

De acordo com Daniel Barros, é comum as pessoas confundirem uma pessoa com depressão clássica como tendo transtorno bipolar só porque ela não fica desanimada todos os dias. Mesmo deprimida, ela pode se sentir melhor em alguns momentos. Entretanto, se ela tem depressão, será sempre abaixo do padrão. Isso não significa que ela seja bipolar, mas que o humor continua tendo alguma reação frente a estímulos positivos. (Fonte: G1).


Transtorno bipolar: a vida na montanha russa

Primeiro a angústia, depois o desânimo. Depois, vêm a animação e a vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo.​ A primeira impressão é que essas sensações são de duas pessoas, uma depressiva, outra eufórica.

Mas, na verdade, trata-se do mesmo homem ou mulher – alguém que sofre de transtorno bipolar de humor, doença psiquiátrica que atinge cerca de 3% da população mundial, caracterizada por oscilações abruptas de humor, com episódios de depressão e de mania (o oposto da depressão).

A doença mental está entre as dez que mais afastam os brasileiros do trabalho. Ocupa o terceiro lugar na lista, depois da depressão e da esquizofrenia, conforme levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em novembro de 2007.

“O humor é o pano de fundo da nossa vida emocional. Normalmente, se acontecem coisas boas, as pessoas ficam alegres, se acontecer algo ruim, ficam tristes. Para quem tem transtorno bipolar, a lógica não é sempre essa. O humor pode oscilar muito e de forma muitas vezes independente do que ocorre ao redor. Os acontecimentos influenciam de forma nem sempre previsível. Se morre alguém, imagina-se que a pessoa fique triste, mas o bipolar pode entrar numa crise de euforia, ficar ‘elétrico’, ou mesmo irritável e não porque não gostava da pessoa, mas porque o estresse desencadeou uma instabilidade da doença. Por isso, o transtorno é imprevisível”, explica Sérgio Nicastri, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Uma das principais evidências de que a doença está relacionada às reações químicas do cérebro é que os remédios dão resultado. Entretanto, o mecanismo de funcionamento da doença é um processo extremamente complexo. Ainda não há certezas sobre neurotransmissores ou reações químicas que estejam envolvidas no desencadeamento da doença. O que se sabe é que alterações da serotonina e da noradrenalina cerebrais estão relacionadas à depressão e a dopamina é o neurotransmissor mais relacionado aos episódios de mania.​

Gangorra de sentimentos
“Não tinha idéia do que estava acontecendo comigo. Ia trabalhar todos os dias, mas, quando o ponteiro marcava três horas, era como se fosse um relógio biológico, eu precisava largar tudo o que estivesse fazendo e sair correndo para casa. Porque era insuportável continuar. Eu me jogava na cama e apertava o edredom contra meu peito, a sensação era que ele estava completamente aberto, sem nenhum tipo de proteção e coisas poderiam escapulir dali. Doía muito e o cobertor me dava segurança. Pouco depois, soube que isso se chamava angústia.”

Esse é um trecho do livro Não Sou Uma Só: Diário de Uma Bipolar, de Marina W. (editora Nova Fronteira). Trata-se de uma autobiografia que traz as alegrias e as angústias dessa jornalista, que só descobriu ser bipolar depois de casada e mãe de dois filhos, segredo guardado por ela durante mais de 20 anos. O diagnóstico tardio, inclusive, é um dos principais problemas no tratamento. Ainda é muito comum o paciente ser visto apenas como depressivo quando, na verdade, vai de um extremo a outro.

A transição abrupta entre as fases depressivas e maníacas é chamada pelos médicos de virada de humor. Os episódios de mania e depressão podem variar em dias, semanas ou até meses. “Os bipolares também têm fases de normalidade”, afirma o dr. Nicastri.

Durante a depressão, as sensações são de diminuição da energia, redução ou até incapacidade de sentir prazer, melancolia, desesperança e pensamentos pessimistas ou negativos, que podem incluir a idéia de suicídio. Os episódios de mania geralmente envolvem sensação aumentada de energia e poder, aceleração da velocidade do pensamento, diminuição da necessidade de sono, idéias de grandiosidade e comportamentos desinibidos e pouco críticos, que podem resultar em gastos excessivos, por exemplo. Muito do que se faz nessa fase, os bipolares nem sequer sonhariam em fazer no estado normal de humor.

Para desencadear uma crise não há motivos ou situações específicas. O estopim pode estar relacionado ao estresse, tanto positivo quanto negativo. Perder o emprego, separar-se ou mesmo casar-se e receber uma promoção no trabalho podem ser fatores com potencial para provocar uma crise de mania ou depressão. “Nos pacientes em tratamento, o uso irregular ou mesmo a interrupção da medicação são um fator importante para que novos episódios da doença voltem a se manifestar”, enfatiza o dr. Nicastri.​

Diagnóstico na balança
Existe uma tendência de que, em uma mesma família, haja várias pessoas com diagnóstico da doença, o que sugere uma grande participação genética nesse transtorno. Entretanto, ainda não há comprovações científicas. Os fatores ambientais também interferem na manifestação do problema.

“O estresse e a rotina agitada podem colaborar para que os efeitos da doença sejam maiores ou menores”, explica o psiquiatra. Hoje, o ritmo de vida é mais acelerado, o acesso e o consumo de substâncias lícitas e ilícitas que interferem no humor são mais fáceis, por exemplo.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor para o paciente, sua família e amigos. O fato é que alguém que tenha depressão vai procurar ajuda porque se sente mal. Porém, a pessoa que passa por crises de euforia sente-se muito bem – até demais – para achar que esse estado inspire cuidados médicos. Isso pode atrasar a procura por ajuda e, conseqüentemente, o tratamento.​

É uma barreira explicar e convencer alguém de que aquele estado de energia intensa, por mais agradável que pareça, é uma doença, por conta dos riscos a que a pessoa se expõe, como a impulsividade que leva a comportamento sexual desinibido, entre outros atos impensados.

Familiares e amigos podem ajudar o psiquiatra nesses casos, sinalizando comportamentos não habituais. Nos casos de gradação leve da doença, a chamada hipomania – quando o paciente é tímido e se torna extrovertido, por exemplo –, quem convive com a pessoa deve sinalizar ao médico que normalmente ela não se comporta daquela maneira. Entretanto, para o paciente é difícil perceber que essas mudanças no comportamento são manifestações do transtorno, mesmo que em grau leve.

Embora a doença apareça mais frequentemente no fim da adolescência ou início da vida adulta, crianças e adolescentes também podem sofrer com esse transtorno. Nos EUA, o número de diagnósticos de bipolaridade entre crianças e adolescentes cresceu 40 vezes na última década. A hipótese para esse aumento é a maior conscientização de médicos sobre o transtorno ou ainda um possível excesso de diagnóstico, em que uma criança mal-humorada pode ser tratada como doente.

Medicamentos e terapia: o caminho para uma vida normal

Assim como uma série de outras doenças, o transtorno bipolar não tem cura, mas controle. É como ter hipertensão ou diabetes: a doença continua ali, mas o paciente aprende a reconhecer sinais, controlar e conviver com ela, enquanto leva uma vida normal. “Queremos que o paciente seja o gerente de sua saúde para reconhecer uma estabilidade ou piora da doença, além de tomar os remédios corretamente”, esclarece o dr. Nicastri.

Os medicamentos mais utilizados atualmente são o lítio e alguns anticonvulsivantes, pois mostram bons efeitos na estabilização do humor. Algumas vezes, podem ser indicados também antidepressivos, mas com ressalvas porque podem, em vez de trazer o paciente para um estado de normalidade de humor, induzir à crise de euforia. Medicamentos conhecidos como antipsicóticos, sobretudo alguns desenvolvidos mais recentemente, têm sido empregados como estratégia para obter a estabilização de humor.

O lítio, primeiro estabilizador de humor, descoberto na década de 1970, ainda é largamente utilizado. Essa substância foi consagrada porque – além de tratar o transtorno bipolar – é capaz de prevenir novas crises. O problema é que se trata de uma substância potencialmente tóxica, o que torna a monitoração da sua quantidade no sangue fundamental para a segurança do tratamento.

Além dos medicamentos, a terapia pode ajudar a pessoa a entender que tem uma doença e a aceitar o tratamento. É dar-se conta de como funciona o transtorno e saber diferenciar o que é normal do que foge do controle.​(Fonte: Sergio Nicastri).

O que é uma pessoa bipolar e como saber se sou uma?


O transtorno bipolar é a doença psiquiátrica mais associada a suicídios, e atinge cerca de 3% da população mundial. Considerada uma gangorra emocional, a doença é caracterizada por alternâncias de períodos de depressão e mania: o ânimo da pessoa afetada oscila de um extremo ao outro, em reações desproporcionais aos fatos da vida ou até mesmo sem um motivo aparente, fugindo do controle.

O que é Transtorno Bipolar?
É normal que os acontecimentos da vida alterem o humor e o estado emocional das pessoas. Quando algo bom acontece, por exemplo, ficamos alegres — da mesma forma como nos sentimos tristes quando há algum acontecimento ruim. Em pessoas com bipolaridade, o humor pode oscilar de forma independente do que acontece ao redor, suas reações são imprevisíveis e geralmente desproporcionais.


Quando alguém morre, é natural que uma pessoa fique triste. O bipolar, porém, pode entrar numa crise de euforia, ficar “elétrico” e até se sentir muito bem com a situação. Isso não acontece porque o bipolar não gostava do falecido, mas o estresse desencadeou uma instabilidade emocional.

Tipos de transtorno bipolar
– Transtorno bipolar tipo 1: é o mais grave. Nesse tipo, a pessoa passa por fases de manias que duram semanas a meses, intercaladas com períodos de depressão profunda;

– Transtorno bipolar tipo 2: esses pacientes não apresentam episódios maníacos profundos. Quando ocorrem, são brandos e leves, caracterizados por elevado nível de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão, que são mais duradouros;

– Ciclotimia: é uma forma leve de transtorno bipolar, que envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve.

Sintomas do transtorno bipolar
Os sintomas da bipolaridade podem variar de pessoa para pessoa. Para alguns, os episódios de depressão são os que causam os maiores problemas, enquanto outros apresentam fases de mania mais preocupantes. Confira os principais sinais apresentados por uma pessoa bipolar em cada uma das fases:

Fase maníaca
A mania é um estado de excessos, no qual a pessoa apresenta um bem-estar perigoso, passando a agir como se não tivesse filtros. Nesta fase, a pessoa vive em um ritmo acelerado e apresenta alterações na forma de pensar, agir e sentir. Em geral, o bipolar em fase maníaca apresenta os seguintes sinais:

– Assume comportamentos extravagantes;

– Reduz a necessidade de sono;

– Apresenta compulsão por compras e gastos excessivos;

– Veste-se de maneira ousada;

– Interage e fala da sua vida pessoal com desconhecidos sem constrangimentos;

– Cria ideias e planos grandiosos, fora da realidade;

– Comportamento autoconfiante, assertivo e convincente;

– Compulsão alimentar, bebe demais e pode até fazer uso excessivo de drogas;

– Pouco controle do temperamento;

– Apresenta desinibição e aumento de energia, podendo manter relações sexuais com muitos parceiros;

– Hiperatividade e aumento excessivo de energia;

– Pensamentos acelerados que se atropelam e diminuem a concentração e o foco;

– Fala em excesso;

– Negação de todos os comportamentos acima.

Em geral, a fase da mania faz com que os portadores do transtorno bipolar percam a capacidade de autocrítica, e acabam avaliando a euforia como uma melhora no quadro depressivo. Por isso, pode ser que deixem de tomar os medicamentos nesse período, piorando gradativamente o quadro bipolar.

Fase depressiva
A fase de depressão é caracterizada por uma tristeza persistente e que não tem fim. A pessoa tem uma visão negativa sobre si mesma e em relação ao mundo e ao futuro. O depressivo só consegue se lembrar das coisas negativas, e não acredita que coisas boas possam acontecer.

Os principais sinais apresentados por um bipolar em fase depressiva são:

– Sensação de vazio e melancolia;

– Ansiedade;

– Dificuldade de concentração;

– Perda do prazer nas atividades que, anteriormente, eram prazerosas;

– Choros sem motivo;

– Perda de motivação;

– Alteração no apetite, levando a perda ou ganho de peso;

– Fadiga ou falta de energia

– Sensação de inutilidade, culpa e falta de esperança;

– Baixa autoestima;

– Pensamentos sobre morte e suicídio;

– Problemas para dormir ou excesso de sono;

– Afastamento dos amigos.

Além disso, durante a fase depressiva a pessoa tende a sentir vergonha e culpa por tudo o que fez durante a fase da mania, o que contribui ainda mais para o quadro depressivo.

Episódio misto
No episódio misto os sintomas da mania e da depressão se misturam. A aceleração e o excesso de energia da mania se confundem com os sentimentos e pensamentos negativos da depressão A angústia leva ao desespero, como se a pessoa estivesse em um beco sem saída. É uma das fases que pode dar coragem à pessoa a cometer suicídio, pois o sofrimento é muito grande.

Principais causas do transtorno bipolar
A causa exata do transtorno é desconhecida, mas diversos fatores estão envolvidos nas oscilações de humor provocadas pela doença. São eles:

– Alterações funcionais do cérebro, que possui áreas fundamentais para o processamento de emoções, motivação e recompensas. O desequilíbrio entre os neurotransmissores é um fator considerado importante nas causas do transtorno bipolar;

– Desequilíbrios hormonais;

– Hereditariedade: pessoas com parentes com histórico de transtorno bipolar são mais suscetíveis à doença;

– Problemas de rejeição na gravidez ou infância, traumas, estresse, abuso sexual e outras experiências traumáticas (como a morte de algum ente querido, sequestro, assaltos e experiência de quase morte).

Tratamento da pessoa com bipolaridade
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico de transtorno bipolar, melhor para o paciente, para sua família e amigos. A ajuda da família é importantíssima para tratar pessoas com transtorno bipolar, pois este não é um diagnóstico fácil e é difícil de ser sustentado — especialmente nas fases de euforia, nas quais a pessoa se sente muito bem.

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