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A Paraíba, e os Escravos da Opressão. LEIA!


Foto: Elizete Cardoso
   Como jornalista, sou uma cidadã politizada, quero deixar aqui o meu repúdio e a minha decepção com os poderes públicos constituídos do meu Estado da Paraíba, por concederem incentivos fiscais a grupos empresariais que estão vindo se instalar em nosso Estado, em especial Campina Grande, apenas com o intuito de explorar de forma desumana a força de trabalho que existe na região.

  É sabido que essas empresas chegam aqui com propostas de criar emprego e renda e nossos políticos no afã de ganharem votos, custe a pele de quem custar, abrem as portas e deixam esses empresários inescrupulosos tomarem nossa população como refém, em especial os jovens iludidos com promessa de primeiro emprego. Tá na hora do MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO adentrar numa dessas empresas, que vou me poupar de dizer o nome, mas que candidatos em 2012 enchiam a boca e diziam que estavam trazendo progresso para Campina Grande. Nenhum tipo de progresso pode se sobressair diante da humilhação do nosso povo que os elegeram senhores políticos. Estamos prestes a encarar outra campanha eleitoral e que justiça seja feita. Que todos os poderes competentes possam abraçar essa bandeira em prol do povo que estar sendo vítima de tal empresa.

   Próxima à data  em  o Brasil  comemora a assinatura da Lei Áurea que libertou milhares de escravos,l temos que nos deparar com essa escravidão silenciosa, nos porões da injustiça, por onde circulam centenas de pessoas ecoando gritos silenciosos,tais quais sofriam os negros escravos carregados nos porões do Navio Negreiro, como já narrava Castro Alves. A diferença desses escravos para os nossos é que eles não tiveram oportunidade de estudar e se qualificarem  profissionalmente.

  É assim que os senhores: governador de Estado, prefeito municipal de Campina Grande e seus aliados, pretendem  enganar  de  novo esse povo? Vocês não  podem e nem tem o direito de entregar a chave de nossa casa nas mãos de quem a usa apenas  com interesses de faturar fácil sem pagar  um centavo de impostos  durante anos, às custas do sacrifício de nossos pequenos empresários que ficam anos e anos investindo honestamente aqui sem que nenhum tipo de  incentivo lhes seja dado.

  Aceitar  isso calado é  abrir precedentes para vivermos eternamente das esmolas que outros Estados não quiseram. O que justifica  facilmente por que  um tal  grupo de Minhas Gerais estar  deitando e rolando em cima de funcionários aqui na Paraíba,. E, pasmem os que estão lendo, contam com unidades em Campina Grande e João Pessoa. Para  sorte dos meus irmãos sertanejos  o Grupo não  achou a mesma boquinha no interior do Estado, porque se não nosso Estado viraria  uma  enorme senzala. Sei que muitos irão ler este artigo e levados pela emoção irão rir ou me criticar, mas o meu objetivo aqui é dizer que estar na hora de os mesmos políticos que aprisionaram  nosso povo, libertá-los.

  Que alguém abrace essa  bandeira em nome dos injustiçados exigindo dessas empresas tratamento  digno e humano às pessoas, salários  compatíveis com a função que é igual em qualquer parte desse País.
Querem maior prova de desrespeito do que promover uma discriminação vergonhosa dessas,  sujeitando os funcionários a um piso de um  salário mínimo, quando o menor piso da categoria é de no mínimo R$ 980,00 em todos as unidades do referido Grupo?

   Fica aqui o meu grito, o qual eu espero não seja em vão. Se nada mudar, ao menos não me acovardei  diante da vergonha  e da injustiça. Pois creio que alguém tem que  representar a voz de tantos que “ jazem” hoje com problemas psíquicos, físicos,auditivos,morais e sociais, fruto do tratamento  dado aos funcionários dessa empresa, representada em Campina Grande por uma bela estrutura física, mas que fede no seu interior pelas ações desumanas praticadas e que deprime quem conhece a realidade lá dentro.
Portanto, senhores políticos, empresários locais, colegas de imprensa,não calem mais e não sejam coniventes  com essa escravidão, pois contra meus argumentos só podem funcionar interesses de alguns poucos de proteger o erro.

   Então que atire a primeira pedra  aquele que  tiver a coragem de provar o contrário do que exponho aqui, pois não me foi  apenas estória que li. Eu convivi, vi, ouvi e sobrevivi para contar a história.


Por Elizete Cardoso