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Polícia investiga ação de 5 criminosos no assassinato de soldado da PM em SP



A Polícia Civil de São Paulo investiga a participação de ao menos cinco criminosos no assassinato do soldado da Polícia Militar (PM) Leandro Martins Patrocínio, de 30 anos. Três dos suspeitos já foram identificados. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) pediu à Justiça as prisões temporárias deles. Até a última atualização desta reportagem elas não tinham sido decretadas.

A morte de Leandro foi confirmada neste domingo (6) pela 5ª Delegacia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas. Na sexta-feira (4), um cão farejador encontrou o local onde o corpo estava enterrado, num terreno na comunidade de Heliópolis, na Zona Sul. No sábado (5), uma escavadeira retirou o cadáver, que foi passou por exames que depois confirmaram sua identidade.

O soldado da PM estava desaparecido desde o dia 29 de maio, quando foi visto pela última vez. Câmeras de segurança gravaram ele saindo da Estação Sacomã do Metrô em direção à comunidade. Leandro estava à paisana, sem uniforme da corporação. No dia seguinte, 30 de maio, ele deveria ter ido trabalhar no 1º Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual da PM, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana. Mas não compareceu e passou a ser procurado.

De acordo com a investigação, Leandro teria sido sequestrado, torturado e morto por criminosos após ter sido identificado como policial pelos bandidos num baile funk dentro de Heliópolis. A causa da morte não foi informada, pois depende do resultado do laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML).


5 suspeitos

Em entrevista à GloboNews, o diretor do DHPP, Fábio Pinheiro Lopes, disse que os investigadores encontraram indícios de que o policial foi torturado.

"Ele teria ido até um bar e consumido 12 reais. O que consta é que alguns criminosos descobriram que ele era policial militar. Quando ele se preparava para ir embora da comunidade, ele foi arrebatado e levado até um sobrado. Ele foi torturado nesse sobrado, nós encontramos o relógio dele jogado dentro de um vaso sanitário e tinha manchas de sangue em algumas paredes", disse Fábio.
Segundo o delegado, a motivação do crime ainda terá de ser esclarecida.

"Agora a gente precisa saber a motivação, se foi porque acharam que ele estava fazendo alguma investigação interna ali dentro, ou se tiveram algum desentendimento com ele. Já temos três suspeitos, e a gente acredita que cinco no total praticaram o crime", disse Lopes.

Delegado explica investigação sobre morte de policial encontrado em terreno na Zona Sul de SP após ficar desaparecido por uma semana

emana

Na segunda-feira (31) as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da PM, havia matado um outro suspeito após suposta troca de tiros em Heliópolis durante as buscas pelo soldado. Três suspeitos que fugiram seriam os mesmos identificados pela investigação. Uma arma de fogo e duas mochilas com drogas foram apreendidas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou suas redes sociais para lamentar a morte do soldado. "Triste notícia. A Polícia Militar encontrou ontem o corpo do Soldado PM Leandro Patrocínio, que estava desaparecido desde o dia 29 de maio em Heliópolis. Meus sinceros sentimentos de solidariedade aos familiares e amigos", escreveu o político no seu Twitter oficial.

PM Juliane

Em agosto de 2018, um caso parecido com o do soldado Leandro chocou a Polícia Militar de São Paulo. Havia sido o assassinato da também soldado da PM Juliane dos Santos Duarte, por outros criminosos em condições similares em Paraisópolis, comunidade da Zona Sul na capital.

Segundo policiais ouvidos pela reportagem, Leandro e Juliane eram da mesma turma de formação da PM. A soldado também foi sequestrada, torturada e executada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Após dois anos, o caso da PM Juliane segue sem que a Justiça de São Paulo tenha ouvido os quatro réus presos acusados dos crimes. E também continua com os três réus foragidos acusados do assassinato fora da lista de criminosos mais procurados da Polícia Civil.



Por Rômulo D´Ávila e Kleber Tomaz, TV Globo