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Violência familiar sobe 9% na França durante confinamento

Durante o primeiro confinamento na França, a maioria dos crimes caiu, porém a ocorrência de dois aumentou: os estupros e atos de violência familiar, que subiu 9% em 2020.

O Ministério do Interior publicou nesta quinta-feira (28) uma análise ainda provisória sobre o crime apurado pelas forças de ordem e especificou que este aumento da violência entre familiares em 2020 foi menos acentuado do que em 2019 (14%) e em 2018 (10 %).

De qualquer forma, representam um percentual crescente de todas as notificações de agressões com golpes e lesões voluntárias, já que chegaram a representar pouco mais da metade, ante 44% em 2018.

Denúncias aumentaram após campanhas do governo

O Ministério do Interior atribui esta evolução no número de denúncias ao "efeito positivo" da campanha de debates organizada pelo Governo no final de 2019 sobre a violência conjugal, que tem levado mais vítimas a apresentar queixas.

As denúncias de estupro aumentaram 11% na França no ano passado, o que explica por que as agressões sexuais globalmente aumentaram 3%, uma taxa um pouco inferior à observada nos dois anos anteriores.

Os autores do estudo destacaram que este aumento significativo da violência sexual se deve principalmente ao fato de as vítimas agora estarem muito mais inclinadas a recorrer à polícia graças à confiança gerada pelos movimentos de conscientização nas redes sociais.

A melhoria das condições de atendimento pelas forças de ordem das pessoas que sofrem essas agressões também têm pesado.

Em todo caso, o crime continua sendo subestimado nos registros policiais, pois a grande maioria das vítimas não comparece à delegacia. De acordo com levantamento oficial realizado para o período de 2011-2018, apenas 12% dos casos foram denunciados.

O número de homicídios na França caiu para 863 no ano passado, ante 880 em 2019 e 845 em 2018. A queda, em termos relativos, foi ainda mais importante em crimes como roubos sem violência contra pessoas ou roubos de endereços, especialmente durante os dois períodos de confinamento.


EFE