O reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rangel Júnior, disse em entrevista divulgada nesta sexta-feira (7) que não pode conceder o reajuste de 8% exigido pelos técnicos administrativos e professores da instituição, em greve desde março e maio deste ano, respectivamente.
Ele falou ainda que não há mais tempo de se reverter os prejuízos acadêmicos provocados pela interrupção nas atividades.
“O nosso orçamento não permite atender a esta reivindicação. No orçamento disponível para a Universidade hoje não cabe nem 1%, porque o orçamento de pessoal disponível para 2015 é menor do que o total executado em 2014. Então, ele inviabiliza de fato [...] O que nós podemos fazer é implantar aquilo que está previsto em lei. Foi o que fizemos”, disse ele ao ser questionado sobre a condição dos aumentos exigidos.
Segundo Rangel Júnior, o orçamento da UEPB definido em 2014 para 2015 já revia que não seria possível arcar com todos os custos da instituição. “O orçamento que havia sido proposto era de R$ 358 milhões. A despesa de pessoal estava prevista para R$ 270 milhões. Portanto, era mais do que a Universidade haveria de gastar se implantar o reajuste de 6,41%. O orçamento que propusemos daria cobertura justamente para esse percentual, mas não foi aprovado”, afirmou.
Para tentar evitar problemas financeiros em 2016, o reitor da UEPB explicou que as discussões sobre o orçamento do próximo ano já estão sendo feitas, mas se a proposta orçamentária para 2016 não contemplar um montante da despesa de pessoal que envolva um reajuste, quando chegar em 2016 o problema estará posto da mesma forma.
“A discussão sobre o reajuste de 2016 está pautada e precisa ser posta no âmbito da negociação do orçamento, da negociação da legislação ou do ajuste que deve ser feito à lei que define critérios de repasse de recursos para a UEPB. Estamos presos a uma discussão de janeiro de 2015 e enquanto isso a discussão de janeiro de 2016 está posta e as pessoas estão passando ao largo. Quando chegar janeiro de 2016 não teremos as condições necessárias para implantar reajuste nenhum caso o orçamento não defina desde já”.
Apesar de defender a reivindicação das categorias e considerá-las justa, Rangel Júnior disse que não concorda em fazer debates no meio do movimento. “Para fazer esse debate é melhor que ele aconteça sem greve, porque a greve não ajuda, você junta 20, 30 pessoas no máximo. Eu não me sinto à vontade politicamente para convocar estudantes, professores e técnicos para fazer um debate orçamentário no meio de uma greve “.
A entrevista é longa e aborda vários pontos acerca da situação atual da UEPB. Você pode lê-la na íntegra clicando aqui.
PortalCorreio