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“Uma vela pro santo; outra pro diabo - no meio delas, queima o oportunismo”; por Fabiano Gomes. LEIA!


Uma vela pro santo; outra pro diabo – no meio delas, queima o oportunismo

A presidente Dilma Rousseff escolheu a Paraíba para dar a relargada de sua campanha no segundo turno das eleições.
E não o fez por acaso: veio ao Estado colar sua imagem a do candidato a reeleição Ricardo Coutinho, que já tinha sido contemplado, no primeiro turno, com a força da militância petista.

Uma força que, diga-se de passagem, foi estratégica e vital para a sobrevida do líder socialista.

De fato, o PT não fez pouco por Ricardo nesta campanha. Viabilizou, com a coligação, mais espaço no guia eleitoral para o desfile da campanha socialista.

E resgatou, na Capital, parte do poder de fogo de Ricardo, que ainda se ressentia com os efeitos do balde de água fria que a desastrosa campanha de Estela Bezerra lançou sobre os jardins girassóis na última campanha municipal.

Não por acaso, os petistas contavam com o reconhecimento e o envolvimento de toda ala socialista neste segundo turno.

O PT paraibano, na verdade, tem planos ambiciosos para perseguir junto com o PSB.

Cartaxistas e companhia limitada esperam, por exemplo, a retribuição em 2016, quando Luciano tentará emplacar sua reeleição.

Mas recebem agora, ainda em plena campanha, um sinalizador cristalino de que podem ter feito apostas altas demais.

A abertura do comitê Ricardo/Aécio, comandada pelo deputado federal reeleito Efraim Filho, do DEM, o primogênito do ex-senador Efraim Moraes, escolhido por Ricardo para coordenar a campanha socialista neste segundo turno, deixou os petistas de orelhas em pé. E instaurou uma crise na aliança que tanto rendeu para Ricardo na Capital.

De público, os petistas cobram explicações.

Escalado para responder, o presidente do PSB, Edvaldo Rosas, tentou minimizar, qualificando a reação petista como “cavalo de batalha”.
Mas os petistas entendem que o cavalo, realmente, passa serelepe. E não tem sela para o PT.

Mais pragmático do que o presidente do PSB, Ricardo acionou o seu jurídico para processar jornalistas e veículos de comunicação que relacionassem seu nome com o comitê.

Pede omissão ou mágica. Já que o comitê faz, por si só, a vexatória associação.

Ele quer que todos entendam que a criação do tal comitê foi ideia isolada de Efraim Filho. E que não tem nada a ver com isso.

Aparentemente, os petistas não vão desperdiçar suas crenças nisso.

Para alguns deles, se é para gastar a credulidade, melhor apostar na vinda do Papai Noel, que também veste vermelho.

Mentor da criação do comitê, Efraim Filho insiste que tomou a atitude por conta própria. E que não o fez por oportunismo.

Tai mais uma declaração difícil de acreditar. Até porque, enquanto Aécio perdia espaço para Marina Silva no primeiro turno, nenhum democrata gastou tempo e dinheiro abrindo comitê para pedir voto para o presidenciável tucano. Tampouco ousou associar, ainda que a revelia, o nome de Aecio ao de Ricardo.

Embalado nas pesquisas, vira alvo do cortejo da parte de quem deveria estar trabalhando para retribuir tudo o que recebeu do PT.

O eleitor paraibano, olhando as portas abertas desse inusitado comitê pode enxergar, lá dentro, duas velas queimando.

De fora, rescende o cheiro do oportunismo.


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