O Corinthians segurou o empate em 0 a 0 com o Palmeiras nesta quinta-feira (27), na Neo Química Arena, e sagrou-se campeão paulista pela 31ª vez em sua história. O Timão defendeu a vantagem conquistada na partida de ida, quando venceu por 1 a 0, no Allianz Parque, e ainda contou com uma fundamental defesa de pênalti de Hugo Souza, que parou Raphael Veiga e determinou o resultado em um jogo quentíssimo na Arena.
O maior campeão está de volta ao topo do futebol de São Paulo. Foram seis anos de espera o fim de uma sequência de três conquistas consecutivas do maior rival. Aplicadíssimo em campo e empurrado por sua torcida, o Corinthians prevaleceu diante de um Palmeiras que tentava fazer história e estava habituado com o cenário de remontadas dentro do torneio.
O gol do título foi o marcado por Yuri Alberto, no jogo da ida. Na beira do campo, enquanto acompanhava os minutos finais e já substituído, o artilheiro desabou em lágrimas. Um momento especial para o jogador, que viveu de tudo em sua trajetória com a camisa alvinegra.
Em meio aos personagens desta batalha épica em Itaquera, lá também estava Hugo Souza. Não é fácil substituir uma figura icônica e vitoriosa como Cássio. Mas o ex-Flamengo encarnou o que é ser Corinthians e, desde então, tornou-se referência. O título paulista é a consagração de seu trabalho, fechando as portas nos duelos que teve contra o Palmeiras.
No fim, venceu o time com a melhor campanha do Paulistão. Um doce remédio após um tropeço inesperado na fase prévia da Libertadores. Ao Palmeiras, o sonho do histórico tetra ficou pelo caminho. Mas ainda há muito a ser feito em uma temporada que reserva ao clube a disputa do Mundial de Clubes.

Muita luta e pouca bola
Foi um primeiro tempo bastante estudado, amarrado e brigado na Neo Química Arena. O Corinthians se fechou na marcação, defendendo a vantagem. O Palmeiras não conseguiu encontrar respostas para o paredão montado pelo time da casa, praticamente não levando perigo à meta defendida por Hugo Souza.

A etapa inicial ficou mais caracterizada pelas divididas, cartões e discussões entre os jogadores. Mas o Corinthians esteve muito perto de fazer um gol. Aos 27 minutos, Garro recebeu de Memphis e finalizou forte, da entrada da área, acertando a trave defendida pelo goleiro Weverton.
Pênalti, confusão, expulsões e Hugo Souza herói de novo
O clima seguiu quente em uma Neo Química Arena que pulsava a tensão de uma decisão bastante apertada. Enquanto o Corinthians seguia seu jogo de aplicação, o Palmeiras tentava responder como podia, mesmo com pouca criatividade e pragmatismo.
Aos nove minutos, por exemplo, Piquerez cruzou na medida para Murilo, que aproveitou o vacilo de Gustavo Henrique e desviou por sobre o gol de Hugo Souza. Do outro lado, o Corinthians tentava encaixar o contra-ataque letal.

Mas o jogo, por pouco, não fugiu ao controle da equipe da casa. Aos 22 minutos, Vitor Roque disparou em velocidade e só foi parado em cima da linha da área por um carrinho por trás do zagueiro Félix Torres, que já tinha um amarelo. A arbitragem marcou pênalti e todo o banco do Palmeiras cobrou a expulsão do defensor corinthiano.
Revoltado, Abel discutiu de forma ríspida com a equipe de arbitragem e foi expulso de campo. Félix Torres, por sua vez, seguiu no gramado e apenas torceu para que Hugo Souza o salvasse.

Foi o que aconteceu. Mais uma vez. O goleiro do Timão já havia defendido um pênalti de Estêvão no Derby da fase classificatória. E ele fez de novo no momento mais urgente do Estadual.

Aos 28 minutos, Raphael Veiga teve nos pés a chance de empatar a disputa no agregado. O craque do Palmeiras buscou o canto direito, mas Hugo Souza esticou-se para fazer uma excepcional intervenção, seu sétimo pênalti defendido desde que chegou ao Alvinegro e, sem dúvidas, o mais importante.
Tensão e acréscimos infinitos até o título
Aconteceu de tudo na reta final do Derby. A começar por Félix Torres, que conseguiu ser expulso por uma nova falta em Vitor Roque. Depois, a confusão se instaurou com Memphis pisando o pé em cima da bola.

Jogadores expulsos, discussões, sinalizadores, rojões no gramado e acréscimos infinitos. A verdadeira batalha de Itaquera. Mas o Timão, em meio a este cenário caótico, segurou o maior rival e fez a festa diante da sua torcida. Uma noite histórica.

Recorde de público na Arena
Na decisão do título paulista, a torcida do Corinthians quebrou o recorde de público da Neo Química Arena. Ao todo, foram 48.196 pagantes e 48.932 torcedores no total. A marca anterior foi registrada na vitória do Corinthians sobre o Santos, por 2 a 1, também pelo Paulistão desta temporada, com 48.169 presentes.
Próximos jogos
Corinthians e Palmeiras voltam a jogar no domingo (30), quando estreiam na Série A do Brasileirão. O Timão visita o Bahia, campeão baiano, na Fonte Nova, às 20h. O Verdão inicia sua trajetória recebendo o atual campeão Botafogo, às 16h, no Allianz Parque.
