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UM POUCO DA HISTÓRIA DA PARAÍBA; Por João Filho



No litoral paraibano, os índios Potiguaras e Tabajaras, do povo Tupi, já bem antes do século XVI (pós 1501), lutavam uns contra os outros em suas tradicionais guerras tribais.


Com a chegada do português, colonizador e conquistador (inícios do século XVI), o então território, a Terra de Pindorama, receberá do colonizador, o nome Brasil. Há quem afirme que a ideia do nome Brasil tenha vindo da “cor de brasa” presente na árvore (caule) já conhecida dos portugueses, e que havia em grande quantidade em todo o litoral.


Os Portugueses chamavam a árvore nativa de nossa extensa (à época) Mata Atlântica de “bersil” (brasa), já os índios, naturais da terra, a chamavam “ibirapitanga” (ybira: árvore e pitanga: vermelha).


Interessante é saber que ainda nos séculos XII e XIII (idade média – período medieval) havia, na Ásia, uma árvore chamada ”bresilis” ou “bresil”, da qual também se produzia um corante para tingimento de tecidos. Veja, eram árvores semelhantes, mas não de mesma origem, uma originária da América e outra da Ásia. O que se sugere é que o nome Brasil pode ter surgido desse conhecimento anterior.


Essa madeira levada para Europa proporcionava a extração de uma tintura, de cor escarlate, usada para tingir tecidos e, por isso, muito valiosos e lucrativos para os comerciantes portugueses, que se fizeram donos desta terra, e para os franceses, que se faziam invasores.


O europeu colonizador ser chamado também de conquistador é fato reconhecido não só no Brasil, mas também na América espanhola. É bem verdade, que se nossos indígenas (da América do Sul/latina), não tivessem sido contatados e consequentemente “conquistados”, por portugueses ou espanhóis, teriam sido por outras nações europeias, como de fato, por aqui depois chegaram, a exemplo dos ingleses e holandeses.


É de interesse uma análise que verifique as estratégias utilizadas pelos “conquistadores”. O exame das fontes históricas demonstra a existência de um método, que envolvia a manipulação dos indígenas e explorava as divergências que já existiam entre tais povos.


Os Potiguaras já viviam em território, que hoje sabemos paraibano, já os Tabajaras vieram do território vizinho, hoje Ceará. Entende-se, que de início, esse fator já os fizessem povos inimigos.


A disputa entre portugueses, que tomaram posse das terras, hoje Brasil, em nome de Portugal, e franceses, que não aceitavam a divisão das terras da América entre portugueses e espanhóis, fez com que portugueses e franceses buscasse aliados entre as tribos potiguaras e Tabajaras.


Explorando as inimizades, que já havia entre Potiguaras (aliados aos franceses) e Tabajaras (aliados aos portugueses), o “conquistador” os motivava a se matarem. Essas guerras fraticidas (entre irmãos), que já existiam, facilitaram grandemente a aceitavam e concretização da conquista.


A história da “conquista” ou Fundação da Paraíba, durou na verdade, mais de 100 anos. Foram cinco expedições organizadas por nobres portugueses, a mando do Rei de Portugal, iniciadas em 1574 e que só terminaram em 1585. Nas últimas três expedições estiveram presentes outros designados pelo rei mais o insistente Frutuoso Barbosa, que depois de dois fracassos (em um perdeu a esposa e no outro um filho), conseguiu a derrota dos franceses e dos seus aliados, os potiguaras.


[Para mais informações sobre as expedições de conquista da Paraíba sugiro o link]:

https://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf


Assim, a presença de portugueses e franceses no litoral paraibano, não promovia a união dos indígenas, pelo contrário, promovia a divisão e o acirramento de suas discordâncias históricas, o que os levava à guerra. Nesse cenário, os Potiguaras terminaram aliados dos franceses e os Tabajaras dos portugueses. Divididos, lutavam entre si, defendendo interesses dos colonizadores/conquistadores. Assim efetuou-se a "conquista da Paraíba".


Os tabajaras, aliados dos portugueses, foram, historicamente, honrados com a frase: "Paraíba, terra dos tabajaras". Ora, a história é contada pelos vencedores!


Por outro lado, o Rio Grande do Norte é conhecido como "terra dos potiguaras!" Existe um equívoco, nesse fato histórico, que vez por outra, é questão de ENEM ou vestibular.


Você conseguiu perceber qual é o equívoco histórico ao qual me refiro?


Por João Filho / Foto/Reprodução: Portal S1