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OS POTIGUARA DA PARAÍBA; Por João Filho

 


"No livro Etnohistória dos Índios Potiguara, Moonen e Maia (1992), ao discorrerem sobre o referido povo, deixam claro sua origem Paraibana e seu alinhamento aos franceses, já por volta do Início do Século XVI, momento histórico em que os portugueses iniciam sua colonização de exploração no Brasil. 


Os trechos recortados citados abaixo visam comprovar as afirmativas sustentadas acima, e, buscam fundamentar, bibliograficamente, as mesmas, haja vista que escritos que almejem cunho científico carecem de fontes que os alicercem: 


"Potiguara era a denominação dos índios que no Século XVI habitavam o litoral do Nordeste do Brasil, aproximadamente entre as atuais cidades de João Pessoa, na Paraíba, e São Luis, no Maranhão. Seus últimos remanescentes vivem atualmente nos municípios de Baía da Traição e Rio Tinto, no litoral setentrional da Paraíba. Variantes do nome, nos documentos históricos, são: Potygoar, Potyuara, Pitiguara, Pitagoar, Petigoar, entre outros. Não há acordo sobre o significado do nome, que geralmente é traduzido como 'pescadores de camarão' ou 'comedores de camarão'.


É impossível calcular com exatidão a população potiguara do Século XVI. No entanto, um documento de 1601 se refere a 14.000 Potiguara assistidos pelos franciscanos, somente na Paraíba. Mas muitos não eram catequisados pelos missionários e outros tantos moravam fora da Paraíba. Sabemos também que no final do Século XVI, milhares de índios foram vitimados na guerra contra os portugueses e pelas doenças por eles transmitidas. Pode-se admitir então que em 1500 os Potiguara contavam com mais de cem mil pessoas.


Já no início do Século XVI os Potiguara tinham contato regular com os franceses. Estes tinham fundado um entreposto comercial em Baía da Traição, onde seus navios vinham buscar pau-brasil e algodão. Para garantir e organizar este comércio, sempre alguns franceses ficavam morando com os índios. Esta presença francesa, naturalmente, não agradava ao Rei de Portugal, porque estes produtos tinham um alto valor comercial. Para expulsar os franceses, seria necessário conquistar e povoar o território ocupado pelos Potiguara (MOONEN & MAIA, p. 03, 1992)". 


A quem interesse seguir lendo sobre o povo Potiguara na Paraíba, seus contados com os Tabajaras, portugueses e franceses, os link’s a seguir, da obra citada, dentre outras, podem ser de ajuda: 


http://www.etnolinguistica.org/biblio:moonen-1992...  Site de entrada para variadas obres de Moonen & Maia. 


https://www.historia.uff.br/.../guerra-dos-potiguaras/. Página que conduz a documentos sobre diversas revoltas indígenas. 

http://etnolinguistica.wdfiles.com/.../Melo_1999... . 

https://acervodigital.ufpr.br/.../D%20-%20D%20%20JOSE... 

História não é opinião, História é uma ciência (da Área das Ciências Humanas e suas tecnologias), que estuda os fatos, analisa seus contextos, busca entender que experiências o passado pode nos trazer, porém sabe que o passado não define o presente, muito menos o futuro. Não se estuda História como se seu objetivo fosse impedir a mera repetição do passado. Seu estudo é fonte de experiência, que corretamente interpretada, seria, em tese, capaz de nos orientar para a construção, que é nova, do presente/futuro.


MOONEN, F. e MAIA, L. Mariz (orgs.), Etnohistória dos índios Potiguara, João Pessoa, PRPB/SECPB, 1992, pp. 93-149*. 


*Estes capítulos reproduzem, com algumas modificações, trabalhos anteriormente publicados pelo autor em "Os Potiguaras da Paraíba: 1975", Revista Horizonte/UFPB, n.2, 1976, pp.157-172; n.3, 1977, pp.43-62; Os índios Potiguara da Paraíba, Boletim do NUPPO 1, João Pessoa/UFPb 1982; "Manifesto Potiguara" e "História da Conquista do território potiguara: 1500 a 1985",Cadernos Paraibanos de Antropologia, n.2, 1986, pp.69-101; "Réquiem para os Potiguara", Horizonte, Vol.2, n.1, 1988, pp. 6-14; A agonia dos índios Potiguara, Brasília, Câmara dos Deputados, 1989. O capítulo 5 foi publicado em Moonen, F., Ensaios Indigenistas, João Pessoa, PRPB, Publicações Avulsas 03, 1993, pp. 13-28.


* Toda crítica é bem vinda. No entanto, não serão respondidas críticas que não trouxerem fundamentação bibliográfica contundente e passível de verificação.