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Prefeito de Pedras de Fogo, Manoel Junior, morre aos 59 anos; Conheça um pouco de sua trajetória



O atual prefeito do município paraibano de Pedras de Fogo, Manoel Júnior, morreu nesta terça-feira (28) aos 59 anos. Com uma longa vida política e tendo ocupado cargos como o de deputado estadual, deputado federal e vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior acumulava mais de 30 anos de vida pública.


Manoel Júnior lutava contra um câncer no pâncreas e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa. A informação sobre sua morte foi confirmada por volta das 18h. Ele deixa esposa e cinco filhos.


Assessores informaram que, após ser liberado, o corpo vai ser velado ao longo da noite no Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa, apenas para a família. Nas primeiras horas da manhã, o corpo vai ser levado para Pedras de Fogo, onde passará a ser velado em sua cidade-natal. Por volta de meio-dia, retornará para ser enterrado no Parque das Acácias, sendo que desta vez aberto ao público.


Em junho de 2022 Manoel Junior anunciou a sua cura de um câncer no intestino. Ele se tratava da doença em São Paulo passando por sessões de quimioterapia. Com a notícia da cura, a população saiu às ruas de Pedras de Fogo em carreata, na época, para comemorar a boa notícia.


Nascido em 1964, ele era natural de Pedras de Fogo e era médico formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com pós-graduação em cirurgia geral pelo Hospital Getúlio Vargas, do Recife.



Polêmicas


Em 2011 a Presidente Dilma Rousseff vetou o nome de Manoel Júnior para o Ministério do Turismo por seu envolvimento no assassinato do vereador José Barros, em 2000, no município de Pedras de Fogo. Apesar de ser citado na CPI da Pistolagem, e haver testemunhas que atestam sua participação em grupos de extermínio da Paraíba. O relatório da CPI, presidida pelo deputado Bosco Costa (PSDB-SE), foi feito pelo deputado Luiz Couto (PT-PB) e aprovado em novembro de 2005.


À época, em uma rádio local, uma das testemunhas do caso Manoel Mattos, vereador petista morto em Pedras de Fogo por um grupo de extermínio, denunciou que o deputado teria pago R$ 40 mil para encomendar o crime.


No momento em que a Operação Lava-Jato revelou a existência de dezenas de contas de políticos e dirigentes da Petrobras no exterior, o Poder Executivo enviou ao plenário da Câmara dos Deputados o projeto de lei que permitia a repatriação de ativos enviados para fora do país sem aviso à Receita Federal. A proposta chegou cercada de polêmica. Seu relator, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), fez uma série de alterações que poderiam abrir as portas para a legalização de dinheiro decorrente de crimes como descaminho, caixa dois e formação de quadrilha.


O projeto da repatriação que foi encaminhado pelo governo ao Legislativo permitia a legalização de dinheiro remetido para o exterior, desde que ele fosse decorrente de sonegação fiscal, evasão de divisas ou lavagem de dinheiro relacionado ao envio desses valores. O objetivo era arrecadar cerca de R$ 11 bilhões com o pagamento de Imposto de Renda e multar quem obteve o dinheiro legalmente no Brasil, mas tentou escondê-lo do Leão.


Manoel Júnior, no entanto, incluiu na proposta recursos decorrentes de qualquer lavagem de dinheiro, caixa dois, descaminho, falsidade ideológica e até formação de quadrilha relacionada diretamente a esses crimes. Acrescentou ainda a anistia aos envolvidos. Esse benefício só não valerá para pessoas que tenham uma condenação transitada em julgado (sem a possibilidade de recursos).


A proposta do Executivo fixava o valor do Imposto de Renda a ser pago pelos recursos repatriados em 17,5%, mais 17,5% de multa, num total de 35%. Uma parte da arrecadação obtida com esse pagamento seria destinada à criação de um fundo de compensação para os estados pela reforma do ICMS. No entanto, o relator acabou com essa vinculação e ainda reduziu os percentuais para 15% de Imposto de Renda e 15% de multa, chegando a um total de 30%.


O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) afirmou, em plenário, que o projeto "parece servir para regularizar a situação de réus ou de investigados da Operação Lava Jato". "É como se o Estado brasileiro estivesse cobrando propina para liberar o crime", criticou também da tribuna o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE).


Votou a favor do Processo de impeachment de Dilma Rousseff.


Manoel Júnior ficou conhecido por fazer parte da chamada "Tropa de Choque de Cunha", grupo composto por 9 (nove) Deputados Federais que teve como objetivo obstar no Conselho de Ética todas as tentativas de investigação e punição do Presidente da Câmara Eduardo Cunha, o qual tem contas em seu nome na Suíça. Trabalhou ativamente na campanha do colega de partido à presidência da Câmara. Ele é amigo de Cunha e, de acordo com reportagem da revista Época, cantou seis músicas em festa de aniversário de Cunha em Brasília. No Conselho de Ética, é um dos deputados mais atuantes na defesa de Cunha. Manoel Junior costuma apresentar reiterados questionamentos nas sessões do Conselho de Ética, como uma manobra para adiar ao máximo o andamento do processo.


Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos. posteriormente, foi eleito vice-prefeito de João Pessoa, renunciando ao mandato de deputado. Em seu lugar, na 55.ª legislatura, assumiu André Amaral.


Escândalo das passagens aéreas


Em 2009 foi revelado que Junior envolveu-se no escândalo das passagens aéreas, crise política brasileira sobre o uso irregular da cota de passagens aéreas por parlamentares do Congresso Nacional. À época, Junior era o quarto suplente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e usou a cota para viajar a Buenos Aires



Da Redação com G1 / Informações do Wikipédia, a enciclopédia livre.