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Mourão diz que Lula não tem compromisso com o equilíbrio fiscal e negocia rombo de R$ 200 bi e PT quer mudar diretrizes das Forças Armadas



Governo eleito quer garantir Auxilio Brasil de R$ 600 e correção do IR.


O atual vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), afirmou nesta quinta-feira, 3, que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negocia com o Congresso um rombo de R$ 200 bilhões na contas públicas e que o petista não tem compromisso com o equilíbrio fiscal.



“O futuro governo do @LulaOficial está negociando com o Congresso um rombo de 200 bilhões no orçamento de 2023, ou seja, zero compromisso com o equilíbrio fiscal. O resultado será aumento da dívida, inflação e desvalorização do Real. Onde estão os críticos???”, escreveu Mourão, em sua conta no Twitter.


Na manhã de hoje, a equipe de transição do presidente eleito, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP), iniciou o processo de transição de governo em Brasília. Alckmin, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Aloizio Mercadante e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) se reuniram com o relator-geral do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI).


Na primeira reunião a equipe discutiu com Marcelo castro formas de garantir a manutenção do pagamento do Auxilio Brasil de R$ 600, promessa do petista e também da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), a partir de 2023. O valor está previsto até 31 de dezembro deste ano, caso não seja encontrada uma solução, o valor deverá a ter média de R$ 405 como previsto na mensagem orçamentária enviada ao congresso pelo atual governo.


Outro assunto discutido na reunião com Castro foi a atualização da tabela do imposto de Renda, que Lula prometeu isentar os ganhos de até R$ 5 mil. Caso a defasagem não seja corrigida, com o novo valor do salário mínimo a partir de 2023, aqueles que ganharem R$ 1.953,00 (um salário mínimo e meio)  serão taxados. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) segundo o jornal o Estado de São Paulo, já sinalizou que poderá colocar em votação a atualização do IR ainda este ano, caso haja consenso entre os parlamentares. 


A intenção é aprovar um projeto que permita retirar do teto de gastos as despesas com ações consideradas por eles como “inadiáveis” e para as quais não há recursos suficientes previstos para o ano que vem, como  manutenção do Auxílio Brasil e a correção do IR.


A equipe de transição se reunirá com Lula em São Paulo na próxima segunda-feira, 7. Na terça, 8, está prevista uma nova reunião com o relator do Orçamento em Brasília.

BOMBA: PT quer mudar diretrizes das Forças Armadas, admite Genoino



 

O Partido dos Trabalhadores quer mudar as diretrizes das Forças Armadas, segundo o ex-deputado federal José Genoino (PT), condenado e preso no escândalo do Mensalão. Em novembro de 2021, durante entrevista ao canal Opera Mundi, o petista admitiu que a proposta sofreria resistência do Exército e do Congresso, mas propôs um “discurso forte” para “impedir reações”.


Entre as medidas sugeridas por Genoino, estão a eliminação do artigo 142 da Constituição, que trata do papel das Forças Armadas na ordem constitucional; a reforma dos currículos militares; a reorganização do Exército, que ficaria sob comando político; uma mudança na promoção dos oficiais; a integração militar dos países latino-americanos, para fazer frente aos Estados Unidos; a quarentena àqueles oficiais que venham a ocupar cargos públicos; e a diminuição de militares em funções políticas.



Indagado se essas propostas não provocariam uma crise militar no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-deputado não titubeou: “O governo tem de quebrar várias tutelas”, afirmou. “Essa é uma delas. A segunda é do Ministério Público Federal, a terceira é da independência do Banco Central e a quarta é do teto de gastos. Há mais questões, mas ficaremos nessas quatro.”


Genoino considera que essas propostas não seriam bem-recebidas pela caserna e pelos parlamentares, mas defendeu a imposição de uma nova política de Defesa. “Queremos defender um novo modelo de profissionalização, valorizar o conhecimento tecnológico-científico”, observou. “O que vocês estão fazendo é mediocridade.” Ele admitiu que haverá reações de deputados, senadores e militares, mas defendeu um “discurso forte” para dissuadi-los. “Dependendo da nossa capacidade de articulação e de mobilização política, podemos neutralizá-los”, ressaltou. “Só vejo esse caminho.”