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Palocci conta sobre propina de 300 milhões a Lula: “Preparou a aposentadoria”

  

Uma reportagem traz esquemas de corrupção que ocorriam no coração do Palácio do Planalto quando Lula era presidente.


São trechos da longa delação de Antonio Pallocci à Polícia Federal, entre setembro e outubro de 2019, no âmbito dos inquéritos que surgiram a partir das investigações da Operação Lava Jato, desvendando parte do maior escândalo de corrupção da história do Brasil.


Na matéria, o ex-político de Ribeirão Preto, que ocupou dois ministérios e atuava com braço direito de Lula, destrincha o esquema para que campanhas fossem financiadas pela máquina pública, em um sórdido projeto de manutenção de poder.


Palocci relata como Lula fez para garantir uma fortuna para o próprio bolso, em espécie e em depósitos no exterior.


Só da Odebrecht, a empreiteira envolvida nos maiores esquemas de desvios dentro e fora do país, foram pelo menos R$ 300 milhões.


"No fim do seu primeiro mandato, muita coisa pessoal ele tinha pedido, dinheiro que eu pessoalmente entreguei para ele. No fim do seu segundo mandato, ele preparou sua aposentadoria, recebeu 300 milhões da Odebrecht em uma conta corrente, recebeu seu sítio, combinado para seu uso, o apartamento."

 

Na delação, Palocci conta que precisou alertar Lula sobre a proporção que a corrupção estava tomando, espalhando-se por todas as estatais, a ponto de impactar diretamente na economia do país:

"Roubar ali era um perigo, pois desestabilizava a moeda brasileira, e ele acabou concordando. Fora isso, todos os órgãos, o Correios, os órgãos do setor elétrico, os bancos estatais, foram ocupados nesse modelo de distribuição de cargos para financiar os partidos da base do governo."

Palocci destaca ainda como funcionavam os acordos 'por debaixo dos panos' para que empresários fossem beneficiados em emendas que tramitavam no congresso, garantindo, em troca, o financiamento futuro de campanhas eleitorais.

A partir daí, compreende-se também o terrível e grandioso jogo de interesses que levou a anulação dos processos que corriam contra Lula, um deles, com tramitação concluída no STJ e a condenação confirmada e até ampliada após a análise de dez juízes, culminando em sua pena, cujo cumprimento chegou a ser iniciado na superintendência da PF, em Curitiba.

Como disse Palocci, na sua carta de desfiliação do PT, em 26 de setembro de 2017: 

“Lula sucumbiu ao pior da política".