O presidente do Senado destacou que a criação do colegiado é direito da minoria e a presidência da Casa vai respeitá-lo.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em coletiva de imprensa, que vai ler em plenário o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisa eleitoral. Ele não deu prazo para quando vai fazer a leitura, mas deve acontecer depois de 30 de outubro, após o segundo turno das eleições.
Segundo Pacheco, há um acordo entre os líderes do Senado de não instalar nenhuma CPI durante o período eleitoral. Ele destacou que se algum instituto estiver manipulando os dados, a empresa deve ser reprimida, pois invade a esfera criminal.
“Havendo fato determinado, número de assinaturas, orçamento definido, é direito da minoria e deve ser repeitado pela presidência, com a leitura dos requerimentos da CPI, como foram lidos os da CPI do MEC [Ministério da Educação], o dos crimes da Amazônia e o do crime organizado. Só não instalamos. Fizemos um acordo no colégio de líderes que não deveríamos fazer CPI no processo eleitoral”, afirmou.
O presidente do Senado também fez uma defesa ao resultado das pesquisas. Ele afirmou que os levantamentos “são importantes para o processo eleitoral” e mostram a “tendência do eleitorado”.
“Há diferença entre intenção de voto e o voto na urna. Há movimentos eleitorais que acontecem de sexta para sábado e de sábado para domingo [que podem mudar votos]. Não podemos desvalorizar o papel das pesquisas e o que representam”, lembrou. Para Pacheco, é importante corrigi-los e aperfeiçoar o processo para chegar aos resultados.
“Inadequado”
Pacheco também criticou o projeto de lei de autoria do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que prevê prisão de 4 a 10 anos em caso de erro nas pesquisas. “Erros podem acontecer e pode haver, também, diferenciação entre uma pesquisa correta na quinta e o resultado no domingo da eleição”, argumentou.
“O que não me parece razoável no projeto que li na Câmara é que a simples diferença entre a pesquisa e o resultado eleitoral possa constituir um crime de pena de 4 a 10 anos. Não se pode punir institutos de pesquisa simplesmente por aferição inexata”, alertou.