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William Waack confronta Lula na sabatina da CNN e deixa o petista sem saber o que falar



Nesta segunda-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi entrevistado por William Waack, na CNN Brasil. O petista foi confrontado pelo jornalista, que citou dados do IBGE e falou sobre déficit orçamentário.

– Vamos ver o que aconteceu nesse período, logo depois que o senhor… o senhor teve dois mandatos, depois veio Dilma. Nós tivemos, como o senhor descreve, uma política voltada para criar superávits primários, ou seja, capacidade de criar o superávit sem considerar o pagamento de dívida, isto foi se deteriorando lá no seu segundo mandato. As propostas foram… são os números, eu não vou brigar com o IBGE. Os números são: o senhor passou de 3,5% de superávit primário para um déficit de 4,5% ao final do governo Dilma — disse o jornalista.

Lula disse que a informação não era verdadeira.

– Não, não é verdade — respondeu.

O jornalista se comprometeu a checar a informação.

– OK. A gente checa — disse.

O petista passou, então, a procurar dados nos papéis que levou.

– Eu tenho aqui para lhe mostrar — respondeu Lula.

William Waack prosseguiu e fez uma pergunta.

– O que eu quero descrever e, a partir daí, lhe perguntar, é o seguinte: a ideia de que o Estado seria um grande indutor do crescimento através de volumosos investimentos e papel dos bancos públicos, essa ideia acabou no maior desastre econômico brasileiro do século. Nenhum país que não esteve em guerra perdeu tanta renda como o Brasil perdeu ali entre 2014, 15 e 16. Ou seja, a fórmula aparentemente não funcionou. O senhor vai insistir nela? — quis saber.

Lula parou de procurar os papéis e respondeu.

– Deixa eu te contar uma coisa. Eu vou investir na fórmula que foi um sucesso extraordinário, eu vou separar, o dado que você falou, vou pegar o meu mandato, tá? Eu vou lhe contar algumas coisas para você saber. Quando eu cheguei na Presidência da República, o nosso fluxo de balança comercial era 108 bilhões de dólares. Nós deixamos com quase 482 bilhões de dólares. O nosso fluxo comercial com a Argentina era 7 bilhões de dólares, quando deixamos a presidência era 39 bilhões de dólares. Quando eu cheguei na Presidência, nós tínhamos 380 bilhões de reais de crédito em todos os bancos privados e bancos públicos. Quando eu deixei, eram 2 trilhões e 700 bilhões. Porque esse país era um país capitalista que não tinha capital, sabe? Uma coisa importante que as pessoas não sabem é que o maior processo de capitalização da história do capitalismo no mundo foi feito aqui, na cidade de São Paulo, na sede da Bovespa, quando eu capitalizei a Petrobras depois da descoberta do pré-sal. Então esse país estava funcionando bem. A Dilma no primeiro ano cresceu 4%, depois cresceu 2.9%. A crise mundial foi se agravando. A Dilma percebeu o que tinha que fazer, nós fizemos desonerações de quase 540 bilhões, o que eu acho que foi um equívoco. Quando a Dilma tentou mudar, ela mandou Medida Provisória tentando mudar, o Congresso Nacional rejeitou — falou o petista.