Apenas dois dias após o acordo de não beligerância de iniciativa de Bolsonaro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que é preciso acreditar na boa-fé do presidente. A fala foi em uma entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, neste sábado e se referia especificamente à carta pacificadora do presidente.
“Vamos aguardar. Temos de acreditar na boa-fé da manifestação e vamos aguardar os desdobramentos”, disse o ministro do STF.
“Eu tenho a impressão de que foi a forma que se concebeu de se fazer uma revisão em relação a isso. Eu não vou fazer questionamentos a propósito de estratégias políticas ou estratégias político-eleitorais. Cada qual terá a sua".
"E é notório também, não vamos ser ingênuos, que de alguma forma antecipamos o processo eleitoral. O que deveríamos estar discutindo em 2022 nós já estamos discutindo em 2021″, disse Gilmar Mardes.
Para Gilmar, os apoiadores de Bolsonaro vivem uma ilusão de que o Supremo ameaça a governabilidade do presidente e até integrantes do governo dizem acreditar em notícias falsas a respeito ao STF.
“E eu já ouvi uma série de fatos, a propósito disso, que o TSE estava preparando a cassação da chapa, em algum momento se falou isso, lá atrás, ou cassava a cabeça de chapa e deixava o vice e coisas do tipo. Considerações fantasiosas. Ou que o ministro Alexandre estava prestes a decretar a prisão do Carlos Bolsonaro. Isso eu ouvi de próceres governamentais importantes", disse o ministro.
"Por isso eu disse [ao presidente] que é fundamental que se busque as fontes primárias, que tenhamos canais e possamos conversar para não criarmos uma guerra a partir desses fantasmas que passamos a construir. A partir daí cria-se uma caricatura do Supremo”, disse o Gilmar Mendes.
Brasil sem medo