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Bolsonaro diz que Centrão é útil para aprovações no Congresso



O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante entrevista à Rádio Paraibana na última segunda-feira (26), atribuiu a aproximação do governo federal com os partidos do Centrão à necessidade de governabilidade do país. 


“Primeiramente, nós temos 513 parlamentares, quase metade em cargos de partidos de centro. Se eu abandonar 200 e poucos parlamentares vão me sobrar aí um pouco menos de 300 votos e eu não tenho como aprovar nada no parlamento, muito menos Propostas de Emendas à Constituição. Então nós temos que nos aproximar do maior número de partidos que possam trazer o apoio para a gente poder governar”, ressaltou Bolsonaro.


A declaração do presidente foi dada ao responder a uma pergunta sobre a possível mudança de posição sobre o veto ao fundão eleitoral. Bolsonaro afirmou que nenhum partido mudará sua opinião sobre o assunto.


Sobre a indicação de Ciro Nogueira à Casa Civil, o presidente lembrou que o ministério “não tem dinheiro na mão” e opera um papel de diálogo com membros do parlamento, função que seria positiva para o senador. 


Ao responder às perguntas sobre as acusações de Ciro Nogueira na Operação Lava Jato, Bolsonaro pontuou que se afastar de seu “convívio parlamentares que são réus ou recebem, ou têm inquéritos”, perderia “quase metade do parlamento”.


O presidente Bolsonaro lembrou ainda que também é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e ressaltou que, pela lógica dos que criticam Ciro Nogueira, também não deveria estar no cargo de presidente.


“Se o Ciro ou qualquer outro ministro for julgado e condenado obviamente se afasta do governo, mas no momento é o que eu tenho para governar em Brasília”, pontuou o presidente.


O analista político Carlos Dias, durante o Boletim da Noite de terça-feira (27), elogiou o posicionamento do presidente Bolsonaro e ressaltou a diferença dos governos anteriores na realização desse diálogo com o Centrão.


“O que precisa ser frisado é que o nível de conversa e de negociação é completamente diferente das práticas dos governos anteriores, do PT, do PMDB, do próprio PP, do PL, de todos aqueles que compunham na época a aliança que eles chamavam pela governabilidade. Mas essa não era uma governabilidade, era na verdade um conjunto, uma quadrilha que assaltou o Brasil”, apontou o analista político.



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