Diante
dos dias atuais, o que se percebe é a criação de uma “guerra” social em que
visa colocar as pessoas em dois extremos. Os que almejam dominar o poder máximo
do país procuram por meio de vários veículos de comunicação e informação, até
com discursos inverídicos, confundirem a cabeça dos menos esclarecidos, e
porque não dizer até dos conscientes e críticos.
Os gananciosos pelo poder a cada dia
estão transformando o nosso ambiente social e virtual em um campo de batalha,
pois aqueles que não pensam da forma que eles desejam, passa a ser atacados de
maneira impiedosa. Foi criado até um neologismo denominado de cultura do
cancelamento, que mais é uma maneira autoritária de impedir àqueles que pensam
diferente de se expressar. É tirar por meio da ridicularização o direito de
expressão e manifestação do pensamento assegurado por nossa constituição atual.
Que democracia seria esta? E a pluralidade de ideias que tanto é anunciada,
fica aonde?
Um dos episódios mais recente foi a
tentativa de partidarizar um evento esportivo, a Copa América. Como não foi
possível evitar que a mesma acontecesse no Brasil, procurou-se uma forma de
dividir mais uma vez o povo brasileiro, isto na final da competição, que
ocorreu na noite de ontem. A estratégia partidária mais uma vez adotada foi
induzir o povo brasileiro, que tanto já se mostrou apaixonado por futebol e por
sua seleção, com alguma exceção é claro, já que não existe unanimidade, a
torcer pelo adversário, que na ocasião foi a Argentina. Este procedimento
talvez guiado pela não aceitação da seleção brasileira de não boicotar o
referido evento. Não atendendo aos interesses daqueles contrários a realização da
copa América no Brasil.
Com o fim da competição na noite de ontem,
dia 10 de julho, e com a derrota da nossa seleção, o descontentamento daqueles
contrários ao evento esportivo não cessou. Passaram a atacar o principal
jogador da seleção brasileira. Em um noticiário do site do Antagonista podemos
visualizar uma declaração do Ex-deputado federal pelo PSOL à época, Jean
Wyllys, que escreveu no Twitter: “Estava torcendo para a derrota da Seleção
Brasileira. Neste momento, essa derrota significa menos poder ao fascismo. Aqui
os argentinos fazem festa. E eu os aplaudo. Um novo Brasil nascerá após a
derrota dos fascistas, e só então torceremos por ela (…). Foda-se, Neymar,
capacho de fascista!”.
Em
noticiário do UOL podemos perceber um ataque não apenas ao principal jogador da
nossa seleção, mas a toda seleção sem exceção. O que deixa claro que o
descontentamento é somente porque a seleção não se posicionou como esta turma
desejava ou mesmo pautado pelo alinhamento político que esta turma defende. “Então,
Neymar, Tite e companhia, coloquem sua viola desafinada no saco porque todos
nós que estamos aqui na luta para derrubar esse governo genocida, e que por
isso torcemos pela Argentina, somos, sem nenhuma dúvida, mais patriotas do que
qualquer um de vocês. Covardes”.
Falam tanto que a democracia está em perigo, mas será que atitudes como estas mencionadas acima, não são procedimentos de cercear a liberdade de expressão? Não se pode discordar nem pensar de forma contrária a determinada visão política partidária? Isso se configuraria covardia? Tenho certeza que não. Pois pensamos diferentes, temos desejos diferenciados, costumes, crenças, e tudo isso deve ser respeitado. O fato de termos ideais diversos não implica dizer que somos inimigos do outro que se posiciona diferente de mim, porque isso é chamado de democracia, e não covardia.
É preciso que saibamos separar a política
partidária das demais ações que praticamos no nosso dia-a-dia, para que não
possamos ser manipulados por aqueles que pensam somente em ter o poder, para
usufruir das benesses em favor de um grupo partidário. É preciso que deixemos a
política partidária para o momento destinada a ela, que é quando acontecem as
eleições.
Com ataques aos que pensam de forma
diferente de nós, não é a postura condizente com os princípios de um país
democrático de direito. Assim, somente com respeito ao posicionamento do outro
é que teremos uma sociedade plural pautado pelo princípio da igualdade, que é
uma máxima que deve guiar a todos independente de raça, cor, sexo, idade, e não
com ataques e buscando denegrir a imagem do outro.
Desta forma, não precisamos de partidos
políticos para dizer o que devemos fazer e adotar como procedimento viável de
uma vida harmoniosa em meio social, o que precisamos é poder exercer o nosso
direito de liberdade sem cerceamento. Pois sabemos que estas estratégias que
estão sendo usadas para colocar um rótulo negativo e depreciativo naqueles que
se posiciona diferente, são meros métodos para reconquistar o poder.
REFERÊNCIAS
Deixa eu te contar o que é torcer contra o Brasil, Neymar. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/milly-lacombe/2021/07/10/deixar-eu-te-contar-o-que-e-torcer-contra-o-brasil-neymar.htm. Acessado em 11 de julho de 2021.
Neymar, capacho de fascista.
Disponível em: https://www.oantagonista.com/despertador/neymar-capacho-de-fascista. Acessado em: 11 de Julho de
2021.