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A extrema forma de fazer política partidária no Brasil: Método para reconquistar o poder; Por Luis Rosa Filho

 


            Diante dos dias atuais, o que se percebe é a criação de uma “guerra” social em que visa colocar as pessoas em dois extremos. Os que almejam dominar o poder máximo do país procuram por meio de vários veículos de comunicação e informação, até com discursos inverídicos, confundirem a cabeça dos menos esclarecidos, e porque não dizer até dos conscientes e críticos.

            Os gananciosos pelo poder a cada dia estão transformando o nosso ambiente social e virtual em um campo de batalha, pois aqueles que não pensam da forma que eles desejam, passa a ser atacados de maneira impiedosa. Foi criado até um neologismo denominado de cultura do cancelamento, que mais é uma maneira autoritária de impedir àqueles que pensam diferente de se expressar. É tirar por meio da ridicularização o direito de expressão e manifestação do pensamento assegurado por nossa constituição atual. Que democracia seria esta? E a pluralidade de ideias que tanto é anunciada, fica aonde?

            Um dos episódios mais recente foi a tentativa de partidarizar um evento esportivo, a Copa América. Como não foi possível evitar que a mesma acontecesse no Brasil, procurou-se uma forma de dividir mais uma vez o povo brasileiro, isto na final da competição, que ocorreu na noite de ontem. A estratégia partidária mais uma vez adotada foi induzir o povo brasileiro, que tanto já se mostrou apaixonado por futebol e por sua seleção, com alguma exceção é claro, já que não existe unanimidade, a torcer pelo adversário, que na ocasião foi a Argentina. Este procedimento talvez guiado pela não aceitação da seleção brasileira de não boicotar o referido evento. Não atendendo aos interesses daqueles contrários a realização da copa América no Brasil.

            Com o fim da competição na noite de ontem, dia 10 de julho, e com a derrota da nossa seleção, o descontentamento daqueles contrários ao evento esportivo não cessou. Passaram a atacar o principal jogador da seleção brasileira. Em um noticiário do site do Antagonista podemos visualizar uma declaração do Ex-deputado federal pelo PSOL à época, Jean Wyllys, que escreveu no Twitter: “Estava torcendo para a derrota da Seleção Brasileira. Neste momento, essa derrota significa menos poder ao fascismo. Aqui os argentinos fazem festa. E eu os aplaudo. Um novo Brasil nascerá após a derrota dos fascistas, e só então torceremos por ela (…). Foda-se, Neymar, capacho de fascista!”.

            Em noticiário do UOL podemos perceber um ataque não apenas ao principal jogador da nossa seleção, mas a toda seleção sem exceção. O que deixa claro que o descontentamento é somente porque a seleção não se posicionou como esta turma desejava ou mesmo pautado pelo alinhamento político que esta turma defende. “Então, Neymar, Tite e companhia, coloquem sua viola desafinada no saco porque todos nós que estamos aqui na luta para derrubar esse governo genocida, e que por isso torcemos pela Argentina, somos, sem nenhuma dúvida, mais patriotas do que qualquer um de vocês. Covardes”.

          Falam tanto que a democracia está em perigo, mas será que atitudes como estas mencionadas acima, não são procedimentos de cercear a liberdade de expressão? Não se pode discordar nem pensar de forma contrária a determinada visão política partidária? Isso se configuraria covardia? Tenho certeza que não. Pois pensamos diferentes, temos desejos diferenciados, costumes, crenças, e tudo isso deve ser respeitado. O fato de termos ideais diversos não implica dizer que somos inimigos do outro que se posiciona diferente de mim, porque isso é chamado de democracia, e não covardia.

            É preciso que saibamos separar a política partidária das demais ações que praticamos no nosso dia-a-dia, para que não possamos ser manipulados por aqueles que pensam somente em ter o poder, para usufruir das benesses em favor de um grupo partidário. É preciso que deixemos a política partidária para o momento destinada a ela, que é quando acontecem as eleições.

            Com ataques aos que pensam de forma diferente de nós, não é a postura condizente com os princípios de um país democrático de direito. Assim, somente com respeito ao posicionamento do outro é que teremos uma sociedade plural pautado pelo princípio da igualdade, que é uma máxima que deve guiar a todos independente de raça, cor, sexo, idade, e não com ataques e buscando denegrir a imagem do outro.

            Desta forma, não precisamos de partidos políticos para dizer o que devemos fazer e adotar como procedimento viável de uma vida harmoniosa em meio social, o que precisamos é poder exercer o nosso direito de liberdade sem cerceamento. Pois sabemos que estas estratégias que estão sendo usadas para colocar um rótulo negativo e depreciativo naqueles que se posiciona diferente, são meros métodos para reconquistar o poder.

 

REFERÊNCIAS


Deixa eu te contar o que é torcer contra o Brasil, Neymar. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/milly-lacombe/2021/07/10/deixar-eu-te-contar-o-que-e-torcer-contra-o-brasil-neymar.htm. Acessado em 11 de julho de 2021.


Neymar, capacho de fascista. Disponível em: https://www.oantagonista.com/despertador/neymar-capacho-de-fascista. Acessado em: 11 de Julho de 2021.