Em uma passagem importante sobre o assunto, o Antigo Testamento da Bíblia (Gênesis 9.21), Noé, após o dilúvio, plantou a vinha e fez o vinho, utilizou a bebida de forma exagerada e acabou se embriagando. Reza a Bíblia que Nóe perdeu a consciência, entrou em choque alcoólico, gritou de forma histérica, tirou as vestes e desmaiou. Seu filho Cam o socorreu e esse acontecimento marcou o primeiro caso de embriaguez que se tem conhecimento.
Aos que ainda não sabem a bebida alcoólica surgiu no período neolítico na pré-história e desde essa época se tornou a grande vilão na destruição de vidas, de lares e famílias. o primeiro caso que se tem notícias no mundo foi o de Alexandre o grande, Imperador macedônico que morreu aos 33 anos de idade, após um banquete onde ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica, vindo a falecer dias após por consequências desse ato. (há controvérsias).
Estamos vivendo o início da segunda década do século XXI. São mais de 2100 anos e o mundo inteiro ainda presencia as vidas ceifadas por motivo da ingestão exagerada de bebidas alcoólicas.
Trazendo o problema aos limites do nosso município, eu fico estarrecido com as cenas as cenas apresentadas no cotidiano dos jovens que em seus carros possantes e motos chamativas, exibem o desconhecimento da doença no volume dos alto-falantes, dos "paredões" e da dança sobre os bancos das praças. Inconscientes e ébrios acabam antecipando a morte e prematuramente, se excluem do meio social sadio, para viverem de forma desregrada no mundo obscuro que o álcool proporciona.
Foi no ano de 1952 com a primeira edição do DSM-I (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) que o alcoolismo passou a ser tratado como doença mas a boa notícia é que alcoolismo é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o conceito de DOENÇA DO ALCOOLISMO foi incorporado a Classificação Internacional das Doenças (CID) ou tabela que classifica as doenças. Isso não é recente, foi em 1967 e os problemas relacionados ao uso de álcool foram inseridos dentro de uma categoria mais ampla de transtornos de personalidade e de neuroses.
Esses problemas foram divididos em três categorias: dependência, episódios de beber excessivamente (abuso) e beber excessivo habitual. A dependência de álcool foi caracterizada pelo uso compulsivo de bebidas alcoólicas e pela manifestação de sintomas de abstinência após a cessação do uso de álcool.
Além dos prejuízos na vida acadêmica, profissional, social e familiar o abuso de álcool por tempo prolongado pode causar câncer na cavidade oral, esôfago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar; hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos psicológicos. Durante a gestação, causa má formação fetal.
Álcool no sangue (gramas/litro) Estados e Sintomas
0,1 a 0,3 Sobriedade. Nenhuma influência aparente
0,3 a 0,9 Euforia perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento e controle
0,9 a 1,8 Excitação Instabilidade das emoções,
falta de coordenação muscular, menor inibição e perda do julgamento crítico
1,8 a 2,7 Confusão, vertigens, desequilíbrio,
dificuldade na fala e distúrbios da sensação.
2,7 a 4,0 Estupor apatia e inércia geral,. vômitos, incontinência urinária e fezes.
4,0 a 5,0 Coma inconsciência, anestesia e morte
Acima de 5,0 Morte por parada respiratória.
A DOENÇA DO ALCOOLISMO não tem cura, mas tem
tratamento e a Irmandade Alcoólicos Anônimos que se iniciou em 1935, em Akron,
Ohio, nos Estados Unidos com o encontro de Bill W., um corretor da Bolsa de
Valores de Nova Iorque, e o Dr. Bob, um cirurgião de Akron, ambos portadores da
doença e se propagou pelo mundo salvando vidas.
Por Ângelo
Leite.
Bacharel
em Administração pela UEPB e ex-auditor da Transbrasil S/A Linhas Aéreas