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Conheça o dublador de Wolverine e outros personagens; Aos 90 anos de idade, ele luta contra problemas de audição

O dublador Isaac Bardavid, de 90 anos, emprestou a voz para o personagem Wolverine ao longo de 24 anos. O artista, que ficou conhecido na televisão por interpretar o feitor Seu Francisco, na novela Escrava Isaura (1976), enfrenta problemas auditivos há algum tempo. Isaac, que está em isolamento na casa da filha mais velha, acumula mais de 40 mil dublagens ao longo da carreira. Conheça mais sobre o ator

Ao todo, são 24 anos de dublagem do mutante. "O Wolverine é, possivelmente, a última coisa de grande sucesso que eu dublei. Porque eu dublei o Wolverine durante 24 anos, desde a época do desenho X-Men. Hoje me associam ao Wolverine", disse, em entrevista recente à Agência Brasil.



O artista acredita que o sucesso está no personagem e não na voz dele. "Não foi a minha voz que fez sucesso, foi a figura do Wolverine. É claro que eu tive algum mérito nisso. Mas qualquer outro dublador com alguma sensibilidade — e nós temos muitos que tem — se fizessem o Wolverine, fariam o mesmo sucesso".

Além disso, o ator já emprestou a voz para personagens como Esqueleto, de He-Man, e o atrapalhado Tigrão, da animação Ursinho Pooh
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Isaac não tem dúvidas ao dizer que Tigrão, de Ursinho Pooh, foi o personagem mais desafiador de dublar. "Eu já dublei entre 40 e 45 mil filmes, não é pouco. Foi muito difícil e eu o dublei por mais de dez, 15 anos", revelou.

"Ele fala muito depressa, com a língua entre os dentes. E, de vez em quando ele soltava um 'uhuu!'. Ele tinha uma risada agudíssima, intercalada entre as frases. Eu considero o dublador do Tigrão original, o americano, um gênio. Muito difícil! Ele falava com a língua entre os dentes, sibilando os 's' e cuspindo de vez em quando. Tudo isso para falar com a ligeireza que ele falava, dificulta demais a sua interpretação", completou.

De acordo com o artista, diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, aqui no Brasil ele não conseguiu ficar rico dublando personagens famosos. "Com certeza. Não só importância, eles enriquecem. Dublador nos Estados Unidos enriquece. Eu dublei durante 62 anos e não sou um homem rico. Eu vivo daquilo que eu faço ainda hoje. A diferença é essa e é brutal".



Da Redação com R7