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Vulcão desperta na Islândia após 800 anos de inatividade

A lava não fluía na região desde o século 13: uma pequena erupção vulcânica sem consequências imediatas continuava na manhã deste sábado (20) a cerca de quarenta quilômetros da capital islandesa, Reykjavik, produzindo fluxos de magma vermelho incandescente.

Após intensa atividade sísmica por mais de três semanas e um alerta de erupção, um fluxo de lava finalmente jorrou sexta-feira (19) por volta das 20h45 (horário local) de uma fissura no solo em Geldingadalur, perto da montanha Fagradalsfjall, iluminando a noite.

Novas imagens espetaculares feitas esta manhã de um helicóptero da Guarda Costeira mostravam fluxos de lava e fumarolas de gás azul no local da erupção, em um pequeno vale na península de Reykjanes, a sudoeste de Reykjavik e na ponta sudoeste da Islândia.

"A erupção é considerada pequena e a fissura eruptiva é estimada em cerca de 500 a 1.000 metros de comprimento. A lava ocupa menos de 1 km2 e há pouca atividade eruptiva", segundo o último relatório do Instituto Meteorológico da Islândia.

O sistema vulcânico de Krysuvik está localizado ao sul da montanha Fagradalsfjall, na península de Reykjanes, sudoeste da Islândia.

O Aeroporto Internacional de Keflavik e o pequeno porto de pesca de Grindavik ficam a apenas alguns quilômetros de distância, mas a área é desabitada e a erupção não deve representar perigo. O tráfego segue normal.

Os islandeses foram chamados a não ir ao local e os moradores a manterem as janelas fechadas por precaução, devido aos gases potencialmente perigosos para os humanos.

As erupções vulcânicas da região são efusivas, ou seja, a maior parte da lava corre em direção ao solo, diferente das explosões que lançam nuvens de cinzas ao céu.

Krysuvik está inativo há 900 anos, de acordo com a entidade meteorológica, e a última erupção na península de Reykjanes ocorreu há quase 800 anos, por volta de 1240.

A área está sob maior vigilância há semanas, pois em 24 de fevereiro foi registrado um terremoto de magnitude 5,7 próximo ao monte Keilir, nos arredores de Reykjavik. O fenômeno foi seguido por um número incomum de tremores mais fracos: mais de 50 mil, a maior quantidade desde o início dos registros digitais em 1991.

Desde então, a atividade sísmica se deslocou vários quilômetros para o sudoeste, concentrando-se em torno da montanha Fagradalsfjall, onde foi detectado magma apenas um quilômetro abaixo da superfície da Terra nos últimos dias.

As emissões de gases de vulcões, em especial dióxido de enxofre, podem ser elevadas nas proximidades do local de uma erupção e representar um perigo para a saúde, chegando até a ser fatal. À distância, dependendo do vento, a poluição pode exceder limites aceitáveis.

Localizada na cordilheira mesoatlântica, onde as placas tectônicas da Eurásia e da América do Norte divergem, a Islândia é a maior e mais ativa região vulcânica da Europa, com 32 vulcões ou sistemas vulcânicos considerados ativos.

Com erupção em média a cada cinco anos, a mais recente ocorreu entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 em uma área desabitada no centro do país, no sistema vulcânico de Bardarbunga.

Mas a mais famosa da era moderna é a do Eyjafjallajökull em 2010, no sul da ilha. Sua enorme nuvem de fumaça havia causado a maior perturbação aérea em tempos de paz, paralisando os céus europeus por quase um mês. Um cenário excluído desta vez.


R7.com