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Lira minimiza troca na Petrobras e destaca apoio do governo à autonomia do BC

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ser alvo de críticas pela troca do comando da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), saiu em sua defesa e classificou a as reações como “polêmicas administrativas sobre provimentos de cargos”.

Nessa 6ª feira (19.fev.2021), Bolsonaro demitiu de Roberto Castello Branco da Petrobras. Para o seu lugar, foi indicado o general Joaquim Luna e Silva, diretor-geral da Itaipu Binacional e ex-ministro da Defesa no governo Michel Temer. O presidente foi alvo de críticas por estar supostamente interferindo politicamente na condução da estatal. A Petrobras não tinha um presidente militar desde 1988.

Segundo Lira, a troca na presidência da estatal é “relevante”, mas “não sombreia nem tira o brilho” do fato de o governo federal apoiar a proposta de autonomia do Banco Central, o que considera uma “grande conquista para o país“. O projeto foi aprovado na Câmara em 10 de fevereiro e aguarda a sanção de Bolsonaro. A medida faz parte da chamada “agenda liberal”, alinhada com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

“É preciso olhar o momento acima do nervosismo e das aflições: ‘Nunca na história deste país’, um Poder Executivo abriu mão de tamanho poder como a criação de um banco central independente”, disse Lira.

“Essa sim é uma sinalização econômica com impacto profundo e permanente na economia no curto, médio e longo prazos. As polêmicas administrativas sobre provimento de cargos, por mais relevantes, não sombreiam nem tiram o brilho dessa grande conquista para o país.”


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Neste sábado (20.fev.2021), Bolsonaro justificou a mudança ao afirmar que precisa “trocar peças que não estejam dando certo”. Sem mencionar a empresa nominalmente, o presidente citou a “troca de ontem” e disse que “na semana que vem teremos mais”.

“Tenho que governar. Trocar as peças que porventura não estejam dando certo. Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação”, afirmou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também se manifestou neste sábado (20.fev). Disse que a mudança no comando da Petrobras é “prerrogativa” do presidente da República.

“Interpreto como algo essencial o fato de que o presidente da República detém uma prerrogativa. Ele tem a prerrogativa da escolha da sua equipe de governo. Isso decorre da Constituição e é possível que ele a exerça”, afirmou em debate transmitido no canal de YouTube do grupo de advogados Prerrogativas.


Por Sabrina Freire