O
detento Eduardo dos Santos Pereira, condenado a 108 anos de prisão por
ser o mentor da "Barbárie de Queimadas" - estupro coletivo que resultou
na morte de duas mulheres -, fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima
Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1,
na noite desta terça-feira (17). De acordo com o secretário executivo da
Administração Penitenciária, João Paulo Barros, a fuga aconteceu entre
19h e 20h. O preso fugiu pela porta lateral que dá acesso ao
almoxarifado.
Os
quatro policiais penais que faziam a segurança do setor foram
encaminhados à Central de Polícia ainda na noite da terça, para prestar
esclarecimentos. Ao G1, o delegado geral da Polícia Civil, Isaías
Gualberto, afirmou que um deles foi autuado por facilitação culposa e,
em seguida, liberado. De acordo com a Polícia Civil, a facilitação
culposa "é porque ele [o policial] não teve a intenção, não foi uma ação
planejada, mas como estava de serviço deveria ter sido mais atento".
Será
instaurado um inquérito para investigar como a fuga aconteceu. A
Secretaria de Administração Penitenciária vai disponibilizar as imagens
de câmera de segurança do presídio, que registram a fuga, para ajudar na
apuração da Polícia Civil. Até a manhã desta quarta-feira (18), a
polícia não tinha notícias do paradeiro de Eduardo dos Santos.
Em
setembro de 2014, Eduardo dos Santos foi considerado culpado por dois
homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores
e porte ilegal de arma, além de cinco estupros. Por estes crimes, ele
foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu
uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de
um dos adolescentes envolvidos no crime.
Na
"Barbárie de Queimadas", ocorrida em 2012, cinco mulheres foram
estupradas durante uma festa de aniversário e duas delas - Isabella
Pajuçara e Michelle Domingos - foram assassinadas porque teriam
reconhecido os agressores. Eduardo Santos foi o último dos envolvidos no
crime a ser julgado. Outros seis homens também foram condenados e três
adolescentes foram sentenciados a cumprirem medidas socioeducativas.
O
G1 entrou em contato com Izânia Monteiro, irmã da vítima Isabella
Pajuçara. Ela relatou que o sentimento com a fuga é de impunidade e que
não esperava que isso um dia pudesse acontecer. “Isso coloca a gente em
risco, a mercê desse criminoso”. A família foi comunicada da fuga pelo
advogado da família Francisco Pedro.
G1