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Líder, massacrando, 3 a 1 foi muito pouco. Fla renasce

 

São Paulo, Brasil

Foi um massacre.

A primeira vitória de Rogério Ceni como treinador do Flamengo acabou sendo impressionante.

Seu time imprensou o Coritiba no Maracanã.

Venceu por 3 a 1, mas perdeu pelo menos mais seis chances reais, límpidas para uma goleada histórica. Principalmente Bruno Henrique perdeu quatro delas.

Mas além do resultado, da volta à liderança do Brasileiro, o que valeu neste jogo de sábado à noite foi a maneira com que o time carioca se portou.

Marcando a saída de bola, com firmeza, tirando o oxigênio do adversário. Com os dois laterais atacando ao mesmo tempo. Com muita intensidade. Jogadores próximos, triangulações, sede de vitória.

Contragolpes muito velozes.

Foram 25 finalizações.

A equipe de Ceni lembrou a de Jorge Jesus.

Não por acaso, o novo treinador colocou seus jogadores onde atuavam com o português. E onde mais rendem.

Everton Ribeiro na direta e Bruno Henrique na esquerda. Gerson com liberdade para o ocupar o espaço da intermediária onde bem entender. Arrascaeta, voltando à forma, do meio para a esquerda. 

Vitinho improvisado à frente.

"Estamos tentando criar mais lá em cima, apertar o cara, ter mais pressão. Estamos melhorando. O Rogério faz um grande trabalho, é um grande treinador. Aos poucos vamos pegando o que ele está passando, semana que vem será cheia, será importante, e hoje era importante vencer em casa.

"Fazia tempo que não ganhávamos. A gente tenta dar o melhor sempre. Ano passado foi um ano muito bom e tomara que seja possível voltar esse ano", comemorava o meia uruguaio.

Arrascaeta também marcou. Mas ele sabe. O importante foi a forma como o time jogou

Arrascaeta também marcou. Mas ele sabe. O importante foi a forma como o time jogou

Alexandre Vidal/Flamengo

A movimentação do Flamengo foi constante, atrapalhando demais a lenta e insegura defesa paranaense.

A fraqueza do time de Rodrigo Santana pesa.

Não é por acaso que está namorando firme com o rebaixamento, na penúltima colocação.

Rogério Ceni tratou de levantar a moral do time, depois da eliminação da Copa do Brasil para o São Paulo. De que maneira?

Treinando muito.

Fez questão de repartir com os jogadores a maneira com que o time mais rendeu. No segundo semestre de 2019, com Jorge Jesus.

O Coritiba foi o sparring perfeito.

Elenco fraco, mal treinado, equipe sem a menor intensidade.

Futebol de Segunda Divisão.

Não é penúltimo no Brasileiro por acaso.

O Flamengo marcou forte a saída de bola, 

E saiu na frente, aos dois minutos, em um contragolpe objetivo, fatal. 

Bruno Henrique descobriu Arrascaeta livre. Como o passe foi muito forte, o uruguai não pôde chutar para o gol. Levantou para a cabeçada do atacante. 

1 a 0, Flamengo.

O Coritiba não esperava tomar o gol tão cedo.

Perdeu o mínimo de confiança que tinha.

O time carioca seguiu pressionando e perdendo gols.

Até que Vitinho serviu para Isla que cruzou para Arrrascaeta marcar 2 a 0, aos 26 minutos.

Aí surgiu a principal e irritante falha do Flamengo.

As péssimas finalizações.

O time foi para o intervalo perdendo chances incríveis.

E no segundo tempo perdeu até mais.

Ceni precisa corrigir essa precipação, afobação.

O pior é que, com uma vantagem de apenas dois gols, não podia poupar seus jogadores.

Com o Coritiba encurralado, o Flamengo só marcou 3 a 0 aos 29 minutos, com Renê invadindo a área e batendo forte de direita.

Foi quando Ceni tratou de tirar Gerson, Isla Everton Ribeiro, Vitinho e Bruno Henrique.

Mas seu time seguiu com troca de passes rápidos.

E muitos contragolpes.

No final da partida, o filho do ex-jogador Bebeto, Mattheus, descontou, aproveitando péssimo posicionamento da zaga flamenguista e estufou as redes de Diego Alves. 

3 a 1.

Rogério Ceni conseguiu fazer o Flamengo reviver o brilhante time de 2019

Rogério Ceni conseguiu fazer o Flamengo reviver o brilhante time de 2019

Thiago Ribeiro/AGIF/Assai Brasileiro

Placar mentiroso, diante do volume de jogo do Flamengo.

Mas o que interessa é que o time foi outro.

Renasceu, tendo como base o time de 2019.

O que é muito promissor...


R7