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Coronavírus em animais domésticos: entenda se há risco

Após o episódio em que um cão de nove anos foi sacrificado na Carolina do Sul por apresentar diagnóstico de coronavírus, o tema “COVID-19 em animais domésticos” têm sido bastante discutido.
Entre outros questionamentos, pessoas têm dúvidas se os pets podem transmitir a doença para humanos, se qualquer animal doméstico é capaz de contraí-la e se os donos devem tomar cuidados com seus animais durante a quarentena.

O médico veterinário Bruno Antunes, coordenador do curso de medicina veterinária e agronomia do Uni-BH, explicou ao Estado de Minas que tudo indica que os animais não possam transmitir coronavírus aos humanos. “Esse vírus é específico de humanos e existem grandes possibilidades de sua sobrevivência dentro de um animal, assim como a disseminação para outros hospedeiros, serem extremamente baixas”, esclareceu.

“O causador da COVID-19 é um vírus específico de humanos, temos outros coronavírus que são causadores de doença em animais, mas que não são em humanos”, informou Bruno.

O mestre e doutor em Imunologia e Doenças Infeciosas explicou que os animais identificados, até o momento, com COVID-19 estavam em casas em que os donos foram diagnosticados com a doença e que, logo, o humano provavelmente transmitiu o coronavírus ao animal, e não o contrário. Além disso, Bruno ressalta que quase nenhum pet apresentou doença clínica, “eles só foram infectados e tiveram o diagnóstico da presença do vírus”.

Portanto, na maioria dos casos, os animais não apresentaram sintomas como os humanos, apenas diagnóstico positivo pela detecção do agente infeccioso causador do coronavírus. De acordo com o veterinário, gatos que testaram positivo apresentaram apenas alterações respiratórias e, depois, voltaram a normalidade.

Caso um animal doméstico seja diagnosticado com coronavírus, Bruno recomenda que os donos sigam as mesmas recomendações já conhecidas, como restringir o contato entre pacientes positivos de COVID-19 com humanos e também com seus pets, por precaução. “Sabemos que existe uma possibilidade do humano disseminar o vírus para os pets,  mas não sabemos claramente se o COVID-19 pode causar alterações na saúde desses animais, então não vamos arriscar”, explica.

Sobre o cão sacrificado na Carolina do Sul, Bruno explica que o dono do animal foi diagnosticado com COVID-19. De acordo com o veterinário, foi identificada a presença do vírus no cachorro, mas não foi confirmado que o cão desenvolveu um quadro clínico causado pelo coronavírus. A eutanásia foi realizada pela idade avançada do animal e pela presença de doenças crônicas.

O médico veterinário informou que diversos centros de pesquisas nacionais e internacionais estão focados em compreender melhor a atividade desse vírus e sua interação tanto no homem como em animais. “Os resultados até então presentes revelam a baixa chance de transmissão desse vírus do animal para o humano”, concluiu. 




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