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PGR denuncia o deputado Arthur Lira do Partido Progressista, por suposto recebimento de propina

A acusação é por corrupção passiva, pelo suposto recebimento de R$ 1,6 milhão. 
A propina teria sido paga em 2012, em dinheiro, ao deputado do Partido Progressista de Alagoas, pela empreiteira Queiroz Galvão, em contrapartida pela manutenção do então diretor Paulo Roberto Costa na Petrobras.

A Procuradoria-Geral da República denunciou nesta sexta-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), um dos principais líderes do chamado "Centrão", bloco parlamentar informal, com cerca de 200 deputados, do qual o governo se aproximou – o grupo passou a integrar a base do governo na Câmara.

A denúncia do Ministério Público Federal é uma acusação formal feita ao Supremo. Caberá ao tribunal analisar se vai receber a denúncia. Se decidir receber, será aberta uma ação penal, e o deputado passa à condição de réu.

Lira é acusado de corrupção passiva em investigação no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo os investigadores, o parlamentar teria recebido R$ 1,6 milhão em propina da empreiteira Queiroz Galvão. De acordo com a denúncia, o dinheiro pagamento pelo apoio do PP à manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras. Costa foi preso em março de 2014, quando a Lava Jato foi deflagrada.

Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini, defensor de Arthur Lira, afirmou que o deputado fez parte de um grupo que afastou Paulo Roberto Costa do partido ao assumir a liderança do PP. Segundo ele, isso motivou "reiteradas tentativas de envolver o parlamentar em ilícitos dos quais não participou" (leia íntegra da nota ao final desta reportagem).

De acordo com as investigações, os recursos da empreiteira teriam sido pagos a um assessor do deputado em dinheiro vivo. A investigação não encontrou indícios de que o dinheiro que teria sido repassado ao parlamentar foi distribuído para outros integrantes do PP investigados no mesmo caso. Assim, o MPF pediu que os fatos sejam arquivados em relação ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

A acusação da PGR também envolve doleiros e executivo da Queiroz Galvão envolvidos no caso, acusados de lavagem de dinheiro.

Nota da defesa de Arthur Lira

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pelo advogado Pierpaolo Bottini, da defesa do deputado Arthur Lira:

Arthur Lira fez parte de um grupo que assumiu a liderança do PP e afastou Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef do partido. Fato já provado e que explica a inimizade dos colaboradores e suas reiteradas tentativas de envolver o parlamentar em ilícitos dos quais não participou.

O doleiro diz que Arthur Lira recebeu indevidos valores por meio de um operador chamado Ceará, mas esse último – também colaborador – desmente tal versão em dois depoimentos. O próprio STF reconheceu as inverdades de Youssef em outros depoimentos contra Arthur Lira. Fundamentar uma denúncia nas palavras desse doleiro é premiar um ato de vingança contra alguém que se postou contra suas práticas.



Pierpaolo Bottini