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Caso Priscila: Trajetória da bala contraria tese de suicídio da modelo

O Jornal da Record apurou que a versão de que a modelo Priscila Delgado de Bairros, de 27 anos, cometeu um suicídio, tese até agora sustentada pela investigação, não bate com o exame necroscópico do corpo. 
Policiais dizem que a trajetória da bala que atingiu o coração da jovem reforça indícios de que o tiro não teria sido disparado por ela.

Priscila morreu no dia 20 após um confronto com o namorado, o delegado Paulo Bylinskyj, no apartamento dele, em São Bernardo do Campo (SP). Ele diz ter sido baleado seis vezes e segue internado em um hospital da cidade.

A defesa da família de Priscila acredita que o delegado possa ter atirado na modelo. "A minha sugestão é que é possível que eles tenham entrado em luta e, ele baleado, acabou retirando a arma da mão dessa moça e acabou disparando um tiro fatal", diz o advogado José Roberto Rosa.

O primo de Priscila, que também prefere preservar a identidade, questiona o fato de a arma ter sido deixada na cena do crime sem o carregador e com uma bala não disparada. "Aquilo lá parece vício de alguém que usa muita arma", afirmou. "Como a Priscila se daria um tiro no peito e descarregaria arma? Está muito mal contado isso."

Nesta quinta-feira (28), pelo segundo dia seguido, policiais da delegacia que investiga o caso estiveram no prédio onde ocorreu o crime. Na quarta-feira (27), delegados, investigadores e até um médico legista fizeram uma nova perícia no apartamento. A arma usada no crime foi levada para o local. 

Na portaria do prédio do delegado, o pai dele deixou em sete sacos de lixo as roupas e todos os objetos pessoais da modelo Priscila Delgado. Para retirar os pertences, a defesa da família precisou assinar um recibo. Por telefone, de Curitiba, uma prima que falou em nome da família, mas não quis revelar a identidade, disse que todos estão indignados.

"Não é justo conosco, com a Priscila , com a memória dela", diz a prima. "Ela era uma pessoa maravilhosa. A gente sabe que ela não faria isso. A maneira como está sendo tratada a memória dela. A forma como as coisas dela foram descartadas, como se ela não fosse nada. Isso a gente não aceita."



Thaís Furlan, da Record TV