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Lojistas de SP enviam ofício a Guedes e Doria pedindo reabertura no dia 23

Associações de Lojistas do Brás, 25 de Março, Bom Retiro e Santa Ifigênia, na região central da capital paulista, enviaram um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pedindo pela reabertura do comércio no próximo dia 23.

A data coincide com o que seria o término da quarentena no estado, prorrogada na última sexta-feira (17) por Doria, conforme a CNN havia antecipado. Com a extensão do prazo, o isolamento vale até o dia 10 de maio. 

Segundo as entidades, os lojistas enfrentam um colapso financeiro em meio à pandemia do novo coronavírus. As associações afirmam que 16 estabelecimentos da 25 de Março já fecharam definitivamente as portas.

Apesar das baixas, os empresários dizem atuar pela preservação de seus funcionários. “Com muito esforço, as associadas das Requerentes, com exceção do exemplo dado acima, não encerram em definitivo suas atividades e não demitiram seus funcionários”, diz trecho do documento, que faz um apelo pela retomada das atividades.

Somados, os comércios mantêm cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, com um faturamento que chegou a R$ 35 bilhões em 2019, segundo as associações.

O documento também foi enviado ao prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), e ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Eduardo Tuma (PSDB). No ofício, os lojistas citam a possibilidade de trabalhadores demitidos recorrerem à “autoridade municipal” pela reparação aos “danos causados”.

“Caso as associadas das Requerentes não possam retomar suas atividades logo a partir do dia 23 p.f., não poderão elas manter esse compromisso de mantença da força de trabalho, outra alternativa não restando senão a de que os trabalhadores demitidos busquem perante a autoridade municipal, no caso, Vossa Excelência, a reparação pelos danos causados com a perda do emprego, dado o fato de que por ordem de Vossa Excelência seus empregadores - associadas das Requerentes - não puderam exercer suas atividades”, diz o documento.

Como contrapartida para a reabertura do comércio nesta semana, os lojistas listaram uma série de medidas sanitárias e de higiene a serem adotadas. Entre elas, a obrigatoriedade de distribuição de máscaras, luvas e álcool em gel 70% e a intensificação da higienização no ambiente de trabalho. Outra sugestão é que todos os funcionários mantenham uma distância de um metro e meio cada um.

Ainda segundo os lojistas, está na proposta a definição de jornadas reduzidas de trabalho, entre 10h e 16h. O objetivo seria evitar os horários de pico.  

Procurado pela CNN, o governo de São Paulo disse que tem mantido conversas com setores produtivos e que irá flexibilizar, quando possível, as atuais restrições. Afirma ainda ter concedido incentivos a empresas classificadas pelo Simples Nacional e ter liberado mais de R$ 650 milhões em empréstimos subsidiados para auxiliar empresas no estado. 

Já a Prefeitura de São Paulo informou que o Decreto Municipal que estabelece a prática do isolamento social segue orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Câmara Municipal disse não ter recebido o ofício.

O Ministério da Economia não respondeu até esta publicação.



André Catto, da CNN, em São Paulo