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Trump assina pacote de US$ 2,2 trilhões contra efeitos do coronavírus

Horas depois da aprovação na Câmara dos Representantes, o presidente norte-americano Donald Trump sancionou nesta sexta-feira (27) o pacote de US$ 2,2 trilhões para combater os impactos econômicos do novo coronavírus nos Estados Unidos — o projeto havia sido aprovado pelo Senado na quinta. 

Em cerimônia na Casa Branca, ele disse que o pacote irá oferecer de forma urgente o alívio necessário para empresas e pessoas.


Trump agradeceu democratas e republicanos por deixarem suas diferenças de lado para a aprovação deste que é considerado o maior pacote de auxílio financeiro de emergência da história americana e a mais significativa legislação adotada para combater a crescente crise do novo coronavírus, que está sobrecarregando hospitais e afetando a economia do país.

O plano vai injetar dinheiro em uma economia atingida fortemente pela perda de empregos, com provisões para ajudar trabalhadores americanos e famílias assim como pequenos negócios e empresas maiores, incluindo companhias aéreas.

Segundo o plano, pessoas que ganham US$ 75 mil ou menos em salário bruto anual receberão pagamentos diretos de US$ 1.200 cada, com casais que ganham juntos até US$ 150 mil recebendo US$ 2.400 -- e um adicional de US$ 500 por criança.  

O pagamento cairia conforme sobe a renda, acabando completamente a partir das rendas acima de US$ 99 mil para solteiros e US$ 198 mil para casais sem filhos. Além disso, o plano prevê pelo menos US$ 100 bilhões para hospitais hospitais atingidos fortemente pelo novo coronavírus e repasses para serem divididos entre governos estaduais e municipais que estejam sem recursos devido as medidas adotadas para responder ao novo coronavírus.

Ainda, o pacote inclui US$ 350 bilhões em empréstimos para pequenas empresas, US$ 250 bilhões para expandir a ajuda a desempregados e mais US$ 500 bilhões destinados à indústria.

Democratas e republicanos na Câmara, liderada pelos democratas, aprovaram o pacote por voto em áudio, revertendo um desafio processual do representante republicano Thomas Massie, que havia tentado forçar uma votação formal e gravada. Pelo Twitter, Trump disse que Massie deveria sair do Partido Republicano. "Ele só quer publicidade. Ele não pode impedir, apenas adiar", escreveu o presidente.

A rara união entre democratas e republicanos no Congresso enfatizou o quão seriamente os parlamentares estão levando a pandemia global. A sessão foi realizada sob regras especiais para limitar a propagação da doença entre os membros, que usavam álcool em gel para as mãos. Pelo menos um membro usou luvas de proteção. 

Muitos dos 430 membros atuais da Casa estavam em seus distritos de origem por causa do surto de coronavírus, que poderia colocá-los em maior risco de contágio. Pelo menos três membros do Congresso testaram positivo para o coronavírus, e mais de duas dúzias fizeram uma auto-quarentena para limitar sua propagação.

Na quinta-feira, os Estados Unidos superaram a China e a Itália como o país com mais casos de coronavírus. O número nos EUA passou de 85 mil, com mais de 1.200 mortes. Também na quinta, o Departamento do Trabalho informou que o número de norte-americanos que pediram auxílio-desemprego saltou para 3,28 milhões, um recorde. 


Reuters