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Supercopa, Taça Guanabara... Ninguém segura o Flamengo

São Paulo, Brasil

34 minutos do segundo tempo.

Gabigol domina a bola na intermediária.

Descobre Everton Ribeiro.

No meio da forte defesa do Boavista, o meia descobre Pedro.

Ao atacante, basta um toque de calcanhar.


E a bola chega, limpa, para Gabigol.

O chute sai forte, com raiva.

Tirando a bola do ótimo goleiro Kléver.

Flamengo, 2 a 1, de virada.

Quinto gol de Gabigol em cinco partidas.

Fora as duas assistências.

E o 'título' da Taça Guanabara está decidido.

Se dando ao luxo de jogar com a maioria de reservas.

Mesmo sem entrosamento algum, mas respeitando a filosofia ofensiva do campeão da Libertadores e do Brasil, o rubro negro se impõe.

Massacra a bem treinada equipe de Bonamigo.

Vence, merecendo dar uma impiedosa goleada.

Jorge Jesus vai cumprindo sua palavra.

O Flamengo, melhor time do país, está impondo sua hegemonia. 

Mal começou 2020, o clube já ganhou a Supercopa do Brasil, trouxe a decisão da Recopa Sul-Americana, depois de 2 a 2, no Equador, contra o Independiente del Valle.

E hoje, a conquista do primeiro turno Carioca.

Quarta-feira, no Maracanã, tem mais.

Para desespero do Independiente del Valle.

E dos rivais brasileiros.

Na decisão 'fantasma' da Taça Guanabara, sem transmissão pela televisão, Jorge Jesus sabia que teria um adversário muito bem organizado.

O Boavista de Bonamigo foi montado desde o final do ano passado, com uma jogadores experientes em posições fundamentais. Equipe que atua preenchendo os espaços, com forte marcação, contragolpe veloz, consciente. E que sabe usar o ótimo preparo físico. 

Não decidiu o título do primeiro turno à toa.

Jesus sabia do tamanho de sua responsabilidade.

Tinha de vencer hoje e ainda poupar o elenco para a importante decisão da Recopa Sul-Americana, na quarta-feira.

Ele não teve dúvida.

Apelou para os reservas.

Mostrou ousadia, coragem.

César, João Lucas, Gustavo Henrique, Léo Pereira e Renê; Thiago Maia (Willian Arão) e Diego (Everton Ribeiro); Michael, Vitinho (Gerson), Gabigol e Pedro

Lógico que o Flamengo encontrou muita dificuldade.

Principalmente no começo do jogo.

Por conta do improviso do time.

A equipe errava passes, se ressentia de jogadas pelas laterais. João Lucas e Renê não conseguiam dar o desafogo de Rafinha e Filipe Luís.

Léo Pereira entrou muito inseguro. Thiago Maia sem ritmo, sobrecarregava o veterano Diego.

Gabigol tinha de sair da área para não ocupar o mesmo espaço de Pedro.

Michael prendia demais a bola.

E Vitinho corria muito, mas se afobava na definição das jogadas.

Para piorar tudo, Jean, aos quatro minutos cobrou muito bem uma falta da entrada da área. César mal conseguiu ver a bola, fortíssima, estufar suas redes.

1 a 0, Boavista.

Mas as quase 60 mil pessoas no Maracanã não se intimidaram.

Passaram a gritar mais ainda pelo Flamengo.

Jesus adiantou a marcação e foi para o confronto, mesmo oferecendo espaço para os contragolpes.

O Flamengo, com quatro atacante, mas apenas dois jogadores no meio, sofria.

Mas lutava.

Até que aos 43 minutos foi bafejado pela sorte.

Diego deu um chute forte da entrada da área, a bola desviou na zaga e enganou Kléver. 1 a 1.

No segundo tempo, o Flamengo encurralou o Boavista na defesa.

Jesus achou o equilíbrio ao colocar Arão, Everton Ribeiro e Gerson. Saíram Thiago Maia, Diego e Vitinho. Chega de 4-2-4. O Flamengo atua muito melhor equilibrado, no 4-3-3.

Cria inúmeras chances de gol.

Até que vem o lance lindíssimo, que culmina no chute de Gabigol.

A virada de campeão.

Com reservas, a conquista da Taça Guanabara.

É apenas fevereiro.

E o Flamengo vai acumulando títulos.

Quem segura esse time no Brasil?


R7