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Só implicantes podem discordar de Bolsonaro no caso do Inmetro

O estado é visto por grande parte da população como um parasita. Houvesse um Oscar para burocracia e despesas desnecessárias, o Brasil sairia consagrado. Goste-se ou não do vocabulário do presidente Bolsonaro, ele mandou “implodir” a direção do Inmetro, um forte candidato à estatueta na categoria normas técnicas, com a portaria que obrigava táxis a usarem tacógrafos digitais.


O Inmetro é a autarquia federal que realiza políticas de metrologia, fiscalização do cumprimento de métodos e instrumentos de medição e unidades de medida. Sua obra-prima – para sempre na bílis do cidadão brasileiro – é a famigerada tomada de três pinos. Insuperável – e até hoje usada apenas em nosso país, para alegria de fabricantes e tristeza dos demais seres humanos. Alguém ganhou muito dinheiro com isso.

É de se esperar que um órgão de governo exista para facilitar a vida das pessoas, diminuir custos e usar a tecnologia para o bem e não para o mal. Pois em plena ascensão dos carros por aplicativo e suas corridas mais baratas, o Instituto achou bacana tornar a vida de taxistas ainda mais onerosa e difícil. Uma facada.

— Em vez de ser o normal que está aí, inventaram um digital. Ele é aferido de dois em dois anos. Passaram para um. Começou no Rio, não sei se veio para São Paulo, trocar todos os taxímetros. Mas por quê? R$ 400,00 cada um. Os tacógrafos são 1.900. Multiplique por milhões de veículos que mexem com tacógrafos. Táxi, só no Rio são 40 mil. Não temos que atrapalhar a vida dos outros.

A compilação acima resume o raciocínio de Bolsonaro e justifica sua decisão de mudar toda a diretoria do Instituto e cancelar a tal portaria. Só sendo muito implicante para discordar. Usar o Diário Oficial para gerar boletos a serem pagos por quem trabalha duro não parecia uma boa, digamos, medida. 



Marco Antonio Araujo, do R7