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Iceberg maior do que o estado de São Paulo se descola da Antártida

A Agência Espacial Europeia (ESA) detectou, durante o final de semana, um bloco gigante de gelo se descolando da Costa Glaciar de Pine Island, situada na Antártida. A costa está em uma região sensível que, caso se derreta, segundo a agência espacial, pode aumentar o nível do mar em 1,2 metro.

O tamanho total do bloco é de 310 mil quilômetros quadrados, um tamanho maior do que o estado de São Paulo e todo o Espírito Santo juntos.
Diferentemente, do Iceberg A68, que se descolou na última semana, este não ficou inteiro e se repartiu em diversos pedaços menores.

A ESA publicou um vídeo que mostra a movimentação da geleira de fevereiro do ano passado até o dia 10 de fevereiro deste ano. São 57 imagens capturadas que permitem a visualização da quantidade enorme de gelo adentrando o mar.


A ESA publicou um vídeo que mostra a movimentação da geleira de fevereiro do ano passado até o dia 10 de fevereiro deste ano. São 57 imagens capturadas que permitem a visualização da quantidade enorme de gelo adentrando o mar.
"Pine Island, em conjunto com seu vizinho Thwaites Glacier, conectam o centro da manta de gelo da Antártica. Elas vêm perdendo gelo há 25 anos e são monitoradas desde 1990. A partir desse período, o derretimento aumentou muito chegando a marca de 10 metros por dia", explica a ESA sobre o aquecimento global.
O Instituto Copernicus que monitora as geleiras por meio do satélite Sentinela 1 alertou, no dia 6 de fevereiro, que o rompimento da geleira estava próximo.

Dados preocupantes

“O Evento por si só não é um problema, descolamentos de gelo acontecem, porém, sabemos que essas geleiras estão derretendo em larga escala e ficando mais fracas por conta do aquecimento da água", afirma Dr. Luckmann, responsável pelo monitoramento das geleiras no Instituto Copernicus.
Segundo o instituto, a temperatura do mar da Antártica chegou a atingir o recorde de 18 graus célsius, o que pode significar uma mudança permanente no clima da região e aumentar o nível do mar, o que afetaria todas as regiões costeiras do planeta.
Os deslocamentos já ocorreram em outros períodos, mas a frequência aumentou significativamente. Os maiores foram em 2001, 2007, 2013, 2015, 2017 e 2018 de acordo com o Instituto Copernicus.

Por Guilherme Carrara do R7