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Estatístico campinense Pedro César projeta vitória de Bolsonaro com 60.3%

O resultado de 28 de Outubro próximo já está definido, pelo menos nas projeções do professor universitário e estatistico de Campina Grande, Pedro César Coelho, depois de desenvolver um estudo aprofundado de dados sobre as eleicões presidenciais, no segundo turno envolvendo Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Conforme o Método Coelho de projeções, Bolsonaro terá entre 60,3% e 60,6% dos votos válidos no segundo turno.


Também componente da direção do Instituto 6SIGMA, ele analisa todos os detalhes com exclusividade para a Revista NORDESTE.

Eis a entrevista na integra;

REVISTA NORDESTE – Qual sua avaliação sobre a conjuntura presidencial neste momento?

Pedro César Coelho – Podemos retornar um pouco no tempo ao dia 25 de setembro quando atualizamos o estudo, inédito no Brasil, divulgado por esta estimada revista. Na ocasião, pela consistência de algumas informações foi possível rodar o modelo Coelho de previsão do segundo turno e o mesmo mostrava vitória de Jair Bolsonaro com um percentual mínimo de 53% naquele momento.

A confiança que temos em nosso trabalho de previsão, que conta com inúmeros acertos nos últimos 10 anos, não nos deixa margem para avaliação diferente da vitória do candidato do PSL. Neste momento, as estratégias das duas campanhas estão bem definidas e cada um dos candidatos busca conquistar os eleitores que optaram por outros no primeiro turno. Ambos têm acertos e erros de estratégia dentro de uma campanha forte e extremamente polarizada entre duas propostas que parecem antagônicas para grande parte do eleitorado.

NORDESTE – Como o Sr. projeta o resultado da eleição, mesmo antes da votação no dia 28 de outubro?

Bem, neste momento, duas semanas antes do segundo turno, os dois modelos de previsão adotados mostram grande alinhamento, com 60,3% e 60,6% de votos válidos para o candidato Jair Bolsonaro no dia 28 de Outubro.

NORDESTE – Por que o Sr. insiste nesta projeção?

Vivenciamos essa ciência diariamente nos últimos 10 anos. O Brasil ainda desconhece nosso trabalho, porém temos acertos significativos com trabalho de previsão com menos de 1% de erro, onde destacamos um modelo chamado Bootstrap 6 Sigma criado para estimar o resultado final da apuração para o governo da Paraíba em 2010, com ele conseguimos ter o erro de 0% na previsão, ou seja, cravamos o resultado.
Toda essa expertise nos deu segurança necessária para em dezembro de 2017 afirmar que Bolsonaro seria o presidente do Brasil e em Janeiro deste ano lançar um percentual de 58,4% de vitória no segundo turno deste pleito. Neste momento, com o segundo turno desenhado muitos passaram a dar crédito a nossa previsão.

Mas o que nos dá a certeza e nos faz insistir na projeção foi a consistência dos modelos adotados para o primeiro e segundo turno. No primeiro turno acertamos o resultado com diferenças de 0,7% e 0,4% para os candidatos Bolsonaro e Haddad, respectivamente. Muitos elogios vieram de todo Brasil, pessoas que se surpreenderam com a acurácia do trabalho. Em relação ao modelo usado para prever o resultado de segundo turno, com os resultados das primeiras pesquisas divulgadas, foi possível confirmar o mesmo se mostrou bem ajustado ao que foi previsto. As mesmas também confirmam a hipótese de que há grande probabilidade de ampliação da vantagem nesse segundo turno. Todas as previsões foram explicadas em vídeo que rodou o Brasil dias antes da votação em primeiro turno.

NORDESTE – Quais os valores externos a consolidar esta projeção?

A Estatística é uma ciência que engloba diversos fatores como teorias matemáticas, conceitos estatísticos, computação, análise de dados eleitorais, opinião pública e arte. Dados primários de pesquisas, dados secundários gerais, análises qualitativas das ações de campanha, informações dos bastidores, os cenários que se desenham e que mudam de acordo com os movimentos políticos, bem como as mudanças ou não da opinião da população de acordo com os movimentos estratégicos, todo esse conteúdo agregado, tendo sobre si o olhar atento do pesquisador, traz, sem sombra de dúvidas, informações riquíssimas para a população.

O modelo Coelho foi desenhado para ser quantitativo-qualitativo, ou seja, trabalhar com uma composição de informações quantitativas e qualitativas de forma simultânea e integrada.

Por exemplo, para concluir a previsão feita em Dezembro de 2017 analisamos as percepções e anseios da população, estudamos atentamente mais de 200 vídeos do candidato Bolsonaro para entender melhor seu discurso e o alinhamento de postura que poderia entrar em ressonância com as demandas e perfil da população. Inserindo no modelo as pesquisas da época, intenção e rejeição, além das votações presidenciais de 2002, 2006, 2010 e 2014, o modelo estimou os resultados que mencionamos anteriormente.

Na projeção do primeiro turno usamos todas as pesquisas divulgadas e uma modelagem do percentual de cada um dos candidatos até obter estabilidade nos indicadores, pois cada pesquisa pode ou não capturar precisamente um percentual de determinado candidato indo ao extremo da margem de erro. Nesse momento entra o fator arte na estatística e no trabalho de previsão, que se estabelece com a sensibilidade do pesquisador aliada aos anos de experiência, pesquisas efetivas e estudos direcionados.

É com todos esses valores externos analisados e ponderados nas equações que conseguimos consolidar as previsões. Não poderíamos esquecer de mencionar que qualquer estudo parte de hipóteses que podem ou não ser validadas e que os modelos seguem probabilidade, que é uma medida de incerteza, sempre vai existir uma margem de erro associada.

A ciência só pode ir até esse ponto, o resto é adivinhação!


Assessoria