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VEJA VÍDEO! A fauna urbana de Conceição; conheça um pouco sobre animais que vivem dentro da cidade

O corre-corre da vida e as tantas ocupações diárias nos impedem, muitas vezes, de observar um pouco mais de perto o mundo que nos cerca. Nesse universo de concreto e asfalto não conseguimos imaginar que muitas espécies da fauna local consigam sobreviver tão próximas a nós.

Muitas delas encontraram junto ao habitat humano um lugarzinho para continuarem suas vidas. Algumas indesejadas, outras até toleradas, e outras mais, não percebidas, mas elas estão aí, percebamos ou não sua presença.

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Na zona urbana de Conceição há, cerca de, 15 espécies de anfíbios (família dos sapos, rã e pererecas), 34 de aves, 12 de Mamíferos (a maioria morcegos) e 13 de répteis, que podem ser observadas próximas às habitações e casas.
Além dessas, é possível encontrar uma variedade enorme de artrópodes, família que inclui insetos e aracnídeos como aranhas e escorpiões.

Porque essas espécies chegam tão próximas ao homem?

Essas espécies se tornaram verdadeiros sobreviventes e oportunistas. Seu habitat foi aos poucos sendo destruído e substituído por cimento e asfalto e essas espécies acabaram se adaptando para não morrer. Mas, a maioria sobrevive junto ao homem por oportunismo, ou seja, elas encontram algum benefício na sua convivência com as pessoas.

As luzes da cidade atraem uma variedade enorme de insetos, o que por sua vez atrai seus predadores e os predadores destes. Exemplo: As baratas são habitantes urbanos indesejados, mas encontrados em todos os lugares. Os escorpiões se alimentam de baratas além de outros insetos, e como a oferta na cidade é abundante eles se fixam em terrenos baldios, casas velhas, esgotos, etc. Os sapos, por sua vez, chegam para se alimentarem de baratas, escorpiões e outros insetos. Há outros tipos de anfíbios que se alimentam desses insetos e por fim se tornam alimento de alguma cobra, formando-se assim uma cadeia ou teia alimentar dentro desse habitat urbano. Os escorpiões ajudam controlar as populações de baratas, os anfíbios a de escorpiões e outros insetos, e por fim, as cobras a de anfíbios.

Dessa forma, torna-se importante preservar e respeitar a fauna urbana também, já que há uma teia alimentar que ajuda no controle dessas espécies. A maioria delas é inofensiva ao homem e, muitas vezes, são vítimas de lendas e superstições populares que não tem fundamento científico e realidade factual.

Falso ou verdadeiro?

Se a Rasga-mortalha passar voando sobre uma casa alguém vai morrer? FALSO – Se ela pousa em seu telhado, deixe-a a vontade, provavelmente ela vai pegar alguns ratos e morcegos por lá;
Encostar-se a sapo dá cobreiro? FALSO – é mais fácil o ser humano passar alguma doença para o sapo do que o inverso acontecer;
Urina de sapo cega? FALSO – urina de sapo é como a urina de outras espécies. Não jogue sal nas costas do animal para enxotá-lo, isso causa uma dor intensa e muito sofrimento ao animal. Deixe-o a vontade ou crie barreiras para ele não entrar em sua casa, mas veja como positivo ele estar no seu quintal. Provavelmente você não terá problema com baratas e escorpiões;
Morcego transmite raiva? FALSO – Isso pode acontecer somente se ele foi infectado ou se consumiu sangue de algum animal infectado. Além disso, das cerca de 180 espécies de morcegos no Brasil, apenas três espécies são hematófagas (se alimentam de sangue). A maioria das espécies se alimenta de insetos e frutos, sendo necessários ao Meio Ambiente;
Caninana é venenosa? FALSO – é uma cobra agressiva e valente, mas inofensiva.
Salamanta tem veneno? FALSO – nesta região apenas as cascavéis, corais-verdadeiras e jararacas são peçonhentas, mas costumam evitar a presença e o convívio com o homem.

Alguns desses animais, embora indesejados e mal compreendidos, são de suma importância para a manutenção de outras espécies que podem se tornar problemáticas ao homem, como é o caso da Coruja-da-igreja ou Rasga-mortalha (Tyto furcata), como é popularmente conhecida, que se alimenta de pequenos mamíferos como ratos e morcegos. Ela presta um serviço ambiental de grande importância para o controle dessas espécies, que como o rato, podem ser vetores de doenças devido à sua habitação próxima a esgotos e galerias subterrâneas. 

Os morcegos, por sua vez, são grandes controladores das populações de insetos, além de serem importantes dispersores de sementes. Os morcegos insetívoros (que comem insetos) são responsáveis pela retirada anual de toneladas de insetos do meio ambiente, o que inclui áreas urbanas. Sem esses pequeninos teríamos sérios problemas com populações de insetos diversos que se tornariam pragas.

As aves também são um exemplo de controladores de populações de insetos na zona urbana, além de tornarem o ambiente mais belo com suas cores e beleza. É necessário cuidar e preservar também as espécies urbanas, pois elas são concidadãos com o homem.

“Os bons cuidam bem dos seus animais, porém o coração dos maus é cruel” (Provérbios 12.10).



Por Pastor Fred