Mais de 21 milhões de brasileiros usarão a biometria para se identificar nas eleições deste ano.
No Distrito Federal (DF), onde todos os eleitores serão identificados pelas digitais, a expectativa é que a votação seja concluída por volta das 19h, duas horas depois do horário oficial de fechamento dos portões das seções.
Segundo ele, as estratégias apenas minimizam a perda de ritmo do processo. “Claro que não será a mesma coisa. Lógico que, quando se coloca mais um procedimento, fica mais demorado. Isso é esperado por todos nós”, admitiu.
O risco de atrasos também motivou a proibição da entrega de justificativas de votos nas seções eleitorais do DF como ocorria em anos anteriores. “As seções de votação serão somente para votação”, explicou o assessor. Em 2010, pouco mais de 100 mil eleitores justificaram o voto no DF. Este ano, as justificativas serão entregues em postos criados exclusivamente para isso. “Com essa medida, a gente pretende compensar, de certa forma, um possível atraso na votação”, completou.
A experiência de 2010, quando ocorreu o último pleito majoritário para escolha de presidente, governadores, senadores e deputados, mostrou que, pelo novo sistema, cada pessoa gasta, em média, 20 segundos a mais do que os que usam a identificação manual.
Considerando o total de 142 milhões de pessoas que devem votar, a soma desse tempo excedente pode interferir em alguns processos no dia do pleito. Apenas pelo sistema biométrico são 13 milhões de pessoas a mais do que em 2010. Ainda assim, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, garante que as votações serão encerradas, normalmente, às 17h, como nos anos anteriores, respeitados os fusos horários.
Ele admite que há possibilidade de problemas na identificação das digitais de algumas pessoas, como as que trabalham em atividades que desgastam as mãos, como lavouras, ou com a manipulação de produtos químicos. “Esse tipo de cenário possibilita, no momento da identificação, o não reconhecimento do eleitor. Quando o software não consegue ler o número de minúcias na digital, o procedimento é feito na forma convencional”, destaca.
No novo sistema, são feitas oito tentativas para cada eleitor, considerando as digitais dos dedos polegares e indicadores de cada mão. Nas últimas eleições, o índice de não reconhecimento foi quase 4%. “Nossa expectativa é que índice seja mantido porque é muito aceitável”, avalia.
A porcentagem nestas eleições será calculada sobre um número maior de pessoas. Apesar de não acreditar na extensão do horário de votação, o secretário do TSE admite que a divulgação dos resultados pode sair mais tarde do que a do último pleito geral. Em 2010, a Justiça Eleitoral bateu recorde na apuração, com a conclusão por volta das 20h.
“Nosso compromisso é apresentar o resultado final no mesmo dia da eleição. Investimos muito sempre na melhoria do processo, mas nosso objetivo principal é a segurança, precisão e transparência do processo eleitoral. A velocidade é importante para a questão da segurança, mas é um requisito secundário”, afirmou Janino.
Pelo processo biométrico, no dia da votação, o mesário terá que digitar o número de inscrição no microterminal da urna e o eleitor colocará o dedo no leitor ótico. Depois que o programa faz a conferência da digital, a urna será destravada para que o eleitor vote. Se não puder ser reconhecido pelas digitais, o eleitor deverá apresentar um documento com foto e o mesário vai conferir os dados pela folha de votação.
A identificação biométrica será usada em 762 municípios, incluindo 15 capitais. Em estados como Alagoas, Amapá e Sergipe e no Distrito Federal, a revisão biométrica alcançou todo o eleitorado. Em algumas cidades, como Florianópolis (SC) e Bento Gonçalves (RS), a identificação de eleitores será mista, com a biometria e o método tradicional.
A recomendação do TSE para acelerar a votação é que o eleitor imprima o documento disponibilizado no site do órgão para anotar o número de seus candidatos e leve a “cola” para a urna. Para as eleições de 2018, a meta é que todos os eleitores sejam identificados pela biometria.
Agência Brasil