Aprendi na política que propaganda governamental demais é sinal de desespero. Os comercias repetitivos e enfadonhos do governo do estado no horário nobre da TV paraibana agora tem explicação: os péssimos números de RC e do governo. Desde janeiro o governador recebe mensalmente uma pesquisa de opinião de um renomado instituto do Sul do País. E sempre com más notícias.
A primeira pesquisa estimulada para governador da Paraíba traz o senador Cássio Cunha Lima na liderança com 37, 5% das intenções de voto; o governador Ricardo Coutinho aparece com apenas 27.70%; o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego tem 11,05%; o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (sem partido) aparece com 5,15% e o ministro Aguinaldo Ribeiro (PP) surge com 0,90% .
Para um governador que se auto classifica como o melhor administrador de todos os tempos; que prometeu 40 anos em 4, os números não são nada bons. De acordo com o calendário ricardista, já se passaram 20 anos de gestão e até agora nada de grande salto. Salto alto só o da primeira-dama.
Rejeição
A pesquisa também procurou saber em quais dos nomes apresentados os eleitores pesquisados não votariam de maneira alguma para governador da Paraíba. De acordo com os dados do levantamento, o governador Ricardo Coutinho apresenta um grande índice de rejeição entre os candidatos apresentados. 19,1% das pessoas pesquisadas disse que não votaria no governador.
Farra na Granja aumenta rejeição de RC
Num estado pobre e vitimado pela seca, ostentar luxo e riqueza não é nada inteligente. Ainda mais quando o governo se diz socialista e oriundo dos movimentos sociais. As toneladas de camarão, carne de siri e os demais mimos da primeira-dama e do príncipe arranharam a já arranhada imagem do governo e do governador.
Potencial de crescimento se mede cruzando o grau de popularidade com o índice de rejeição. Com uma rejeição baixa e uma popularidade também baixa, a lógica é que a partir do momento em que Agra se tornar mais popular, o eleitorado que ainda não o conhece tenha a mesma tendência dos que o conhecem e passem a votar nele. Isso aconteceu com Cartaxo em 2012.
Com menos de dois anos de vida pública e pouco conhecido no interior do estado, Agra aparece com a metade da intenção de votos do prefeito Veneziano. Considerado “macaco velho” na política paraibana.
O povo é quem faz as coligações
Engana-se quem pensa que os partidos e líderes políticos são os responsáveis pelas alianças políticas nas eleições. Quem faz isso é o povo. Os políticos apenas administram a opinião pública. O levantamento da Consult mostra que uma chapa com Cássio e Agra é praticamente imbatível. A verdadeira união de Campina Grande com João Pessoa. Dois políticos carismáticos e com grande aceitação popular.
Tudo leva a crer que o ex-prefeito Luciano Agra deva realmente entrar para o PEN, sendo assim o vice de Cássio. A vaga de senador ficaria com Rômulo Gouveia (PSD) e Ricardo Marcelo (PEN) iria disputar uma vaga na Câmara Federal. Garantindo a vitória em João Pessoa e Campina, caberia ao interior coroar (como sempre fez) mais uma vitória de Cássio.
Ricardo, isolado, entraria para a história como o único governador a não se reeleger na Paraíba. E teria que implorar apoio ao PMDB e Veneziano, oferecendo a vaga ao Senado.
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