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Conselho de medicina quer barrar contrato de profissionais cubanos.

Após o anúncio oficial da contratação de médicos cubanos para trabalhar no país, as entidades de classe já avisaram que recorrerão à Justiça contra a medida. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) pretendem questionar o salário pago a esses médicos que, se seguir o exemplo de contratos firmados entre Cuba e outros países, deve ser repassado em parte à Ilha. Além disso, eles reclamam das condições em que esses profissionais possivelmente viverão. Termo de conduta do trabalho dos médicos cubanos na Bolívia, de 2006, divulgado pelo CFM e ao qual o Correio teve acesso, traz regras de comportamento bastante rígidas no país, com restrições sobre horários e relacionamentos. Diante de críticas, ontem, o governo reagiu e defendeu a ação ao negar que os cubanos serão submetidos a qualquer espécie de trabalho escravo.

Embora o governo brasileiro afirme não ter detalhes sobre o contrato de Cuba com os médicos da Ilha, as regras às quais eles serão sujeitos no país podem ser semelhantes ao documento que guiava os médicos na Bolívia, em acordo firmado entre os países. O texto divulgado pelo CFM diz que o cubano deveria pedir permissão ao superior caso fosse sair à rua depois das 18h, além de informar para onde ia e com quem. Em caso de relacionamento amoroso com algum “nativo”, o profissional deveria informar imediatamente o chefe. Os médicos também não poderiam fazer empréstimos de dinheiro ou dar informações sobre Cuba. De acordo com as entidades médicas, os cubanos viviam em situação semelhante quando foram para a Venezuela, que também já teve acordo. 

Correiobraziliense