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Abastecimento comprometido na Paraíba.

Situação acontece em um momento delicado, após a notícia de um plano de austeridade da Petrobras
O paraibano pode levar seu veículo para abastecer e não conseguir fazê-lo nos próximos dias. Isto porque os cerca de 500 caminhoneiros responsáveis pelo transporte do produto dentro da Paraíba deram continuidade ontem à manisfestação, que acontece desde quinta-feira, em busca de melhores condições de trabalho. Após se reunirem em frente ao Terminal de Combustíveis Sólidos da Paraíba (Tecop) do Porto de Cabedelo, representantes da categoria anunciaram a decisão de dar continuidade à paralisação por um prazo indeterminado.

Contudo, no final da tarde de ontem, o Sindicato dos Condutores e Empregados de Empresas de Transporte de Combustíveis, Cargas Perigosas, Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (SindconPetro-PB) liberou alguns caminhões tanques (CTs) para abastecerem setores essenciais do Estado como áreas de saúde e segurança como forma de evitar colapso de combustível.

Sem ter quem leve o combustível para os postos, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo na Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho, alertou para um possível colapso no abastecimento. "Se a manifestação continuar, os postos não terão estoque para abastecer a população". A situação acontece em um momento delicado, após a notícia de um plano de austeridade da Petrobras de redução de custos.

Esta medida da estatal, segundo informações do Sindipetro,
impactou numa queda significativa da quantidade de combustível que chega ao Estado através do porto. Em entrevista dada ao Jornal da Paraíba neste mês, o presidente Omar Hamad, já falava em desabastecimento dos postos paraibanos por esse motivo. Daí a paralisação vem agravar o quadro.
O problema é que, de acordo com o presidente do Sindicato dos Condutores e Empregados de Empresas de Transporte de Combustíveis, Cargas Perigosas, Derivados de Petróleo do Estado da Paraíba (SindconPetro-PB), Hermerson Galdino, a situação está insustentável para os caminhoneiros. 

A categoria está reivindicando que as distribuiboras (Petrobras e Raízen) contratem funcionários para realizarem o abastecimento dos caminhões que, hoje, é feito pelos próprios motoristas. "A Lei 12.619 diz que motorista é para dirigir e não para abastecer caminhão", destacou. Conforme explicou o secretário do sindicato, José Gomes, atualmente, o motorista do caminhão é treinado e fica responsável pelo carregamento do combustível. Mas, se acontecer qualquer problema, cabe a ele responder por isso. "E toda essa responsabilidade sem sequer ganhar nada, nem um centavo a mais. 

Além de ser um trabalho pesado, não é competência nossa", ressaltou. O caminhoneiro Pedro Antônio da Silva contou que também discorda dessa prática. "A gente fica muito receoso de acontecer um acidente ou outra coisa", pontuou. Além da contratação de funcionários para colaborar no carregamento dos caminhões, a categoria espera ter um ponto de apoio nas proximidades do porto. "Um banheiro, um bebedouro, algo simples, para a gente poder descansar um pouco. Vale lembrar que são R$ 17 de diária para três refeições.
Os problemas são inúmeros", explicou Hermerson.

OUTRO LADO


Em resposta à manifestação, o gerente do Tecop, Milton Flávio Melo, recebeu os representantes da categoria na manhã de ontem. Segundo ele, o diretor do terminal, Eliezer Menezes, ouvirá as reivindicações numa reunião agendada para a próxima terça-feira, às 11h. Além disso, a Raízen entrou em contato com o Sindipetro e, conforme Omar Hamad, eles estão abertos ao diálogo. "O pedido dos caminhoneiros é legítimo e as distribuidoras sinalizaram que estão abertas à negociação", completou.

JP /