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Senhor eleitor, prazer: Sou candidato

Os números da primeira pesquisa sobre a disputa pela prefeitura de João Pessoa divulgados pela TV Master e instituto IP4 revelam o que dissemos em post anterior: inacabado, o processo prevê um cenário em pleno movimento.
 
De acordo com eles, praticamente, todos os candidatos cresceram, uns mais outros menos, avançando em suas caminhadas.
Natural. Somente a partir de agora é que o eleitor vai descobrindo que é eleição e que ele será “obrigado” a escolher alguém até o dia 7 de outubro, data ainda muito distante pra quem não respira política.
De toda forma, é somente a partir da proximidade do pleito e da repercussão das campanhas é que o eleitorado para um pouco pra prestar atenção nos candidatos, nas opções. E é somente a partir daí é que vão se construir os cenários mais prováveis.
Tanto que na espontânea, os candidatos oficiais juntos não chegam a 50% das citações.  
Como revelou o IP4, os candidatos ganharam pontinhos desde a pré-campanha. Estão relativamente bem sucedidos em suas caminhadas individuais, em que pese precisarem ultrapassar uns aos outros, porque eleição é como concurso público com apenas um vaga: não adianta tirar uma boa nota. É preciso tirar a melhor.
Analisemos alguns pontos significativos dos números apresentados:
AGRA TEM MAIS DE 80% DE APROVAÇÃO, MAS O QUE CARTAXO TEM A VER COM ISSO?
1 – O prefeito Luciano Agra tem uma gestão muito bem avaliada. Somando dá mais de 80%. Ok. Mas o que Luciano Cartaxo tem a ver com o sucesso dessa gestão? Nada. A vinculação da imagem do petista ao sucesso da gestão de Agra é um esforço que parte do prefeito para o candidato. E não o contrário. Na briga pelo mérito desse sucesso, Cartaxo e Estela vão proporcionar um confronto de divorciados em regime de separação de bens. E, na teoria, é claro que Estela tem mais direito do que o petista, que até ontem criticava até um espirro do prefeito bem avaliado. Mas, na prática, parece que a falta de histórico de Cartaxo com o sucesso da gestão municial não tem sido levada em consideração.
 BAIXA REJEIÇÃO FAZ DE CANDIDATO PETISTA VOTO DO W.O
2- O forte de Cartaxo está e continuar ser o baixíssimo índice de rejeição, quase zero, o que parece fazer com que o eleitor ignore a incoerência do seu discurso. Ao menos até agora. È como se ninguém tivesse raiva, ojeriza ou restrição ao petista. E isso é virtude suficiente pra ele ficar apenas esperando os votos caírem em seu colo. Basta alguém se frustrar com os demais candidatos pra seguir pra Cartaxo como se ele fosse um imã numa loja de ferramentas. A foz onde se deságua desenganos eleitorais. Ele é o voto por exclusão,que deixa a consciencia do eleitor tranquila por não estar votando em branco.  
 CÍCERO MANTÉM ARRANHÕES NA IMAGEM INVISÍVEIS AO OLHO NU
 3 – Com o avanço do senador Cícero Lucena (PSDB), acende-se uma luz vermelha, e não da bandeira do PMDB, na campanha de Zé Maranhão. Cícero parece que vem conseguindo canalizar melhor o discurso de oposição a tudo que venha do Poder Executivo, se beneficiando pelo fato da campanha não ter entrado, ao menos ainda, no roteiro de exploração policial.
ESTELA: DESEMPENHO LIGADO AO HUMOR DO ELEITOR QUANTO AO GOVERNO
4 – Estela demonstra que tem potencial pra crescer sim. Ela foi parar em quase 12 pontos quando seus desafetos apostavam em decréscimo. Seu alto índice de rejeição é que é o entrave a reduzir o ritmo do seu crescimento. Pra cortar-lhe os grilhões que a seguram de um vôo mais ousado, Estela precisaria ver o governo Ricardo Coutinho amolecendo corações que endureceram como pedra por causa da gestão estadual. Basta registrar que 20% consideram péssima a gestão de Ricardo em João Pessoa: é natural que todos ou quase todos estes 20%  queiram se vingar em Estela, que aliás ainda consegue conter uma "vingança" maior. Uma pitada de avanço real do governo em João Pessoa misturada a uma estratégia de fragilização da imagem de Cícero e Cartaxo já a colocariam numa arrancada melhor.


luiz torres