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Alta do diesel nas bombas já afeta caminhoneiros na Paraíba. LEIA!

O novo reajuste na bomba para óleo diesel na Paraíba, anunciado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) de R$ 2,569 para R$ 2,717 (alta de 5,7%), em março já provoca reflexo no setor de cargas e caminhoneiros.

Devido ao novo aumento, somado à baixa atividade econômica da Paraíba atualmente, alguns caminhoneiros já pensam até em desistir da profissão.

O caminhoneiro paraibano Antônio Vieira não vê mais sentido em continuar no ramo.

“Já deu o que tinha que dar, não tem mais condições. A gente tem que parar. Estamos desistindo de trabalhar. Vou vender roupas, ou laranjas na feira, não sei”, desabafou. Ele contou que está parado no posto da Gauchinha há duas semanas sem encontrar trabalho. “As empresas não chamam mais e quando chamam não vale a pena porque pagam pouco e o combustível está muito caro”.
Antônio Vieira afirmou ainda que não é o único pensando em desistir por causa das condições de trabalho difíceis. “Se não reduzir o preço do óleo diesel muitos vão parar”, comentou.

Outro caminhoneiro que está sofrendo com a falta de trabalho é o gaúcho Alexandre dos Santos. Ele contou que chegou a João Pessoa há uma semana, e desde então está esperando que apareça algum trabalho para que ele possa voltar ao Rio Grande do Sul. “Está muito difícil com esses preços. Não está sobrando dinheiro nem para o caminhoneiro nem para a empresa”.

Sem dinheiro suficiente para a viagem de volta, e sem perspectiva de trabalho, ele não sabe como serão os próximos dias. “Só saio daqui quando aparecer alguma coisa, porque meu dinheiro está acabando, e também a estrada está bloqueada, não adianta eu sair agora”, disse.

O bloqueio ao qual o caminhoneiro se refere está acontecendo há mais de uma semana em diversas rodovias do país como protesto pelo aumento nos preço do diesel. A situação vem afetando os preços de alimentos no Sudeste pela dificuldade de alguns produtos chegarem às cidades, assim como de insumos para as indústrias. O funcionário encarregado da transportadora TNT na Paraíba, André Galdino, afirmou que a empresa está sendo prejudicada pela situação, pois algumas encomendas estão chegando com atraso. “Temos prazos para cumprir”. O encarregado contou ainda que a empresa recebe cargas de indústrias, lojas e farmácias, além de pessoas físicas, e que muitas delas estão chegando fora do prazo.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística da Paraíba, Arlan Rodrigues, a situação é preocupante. “Tudo que acontece no Brasil reflete na Paraíba, principalmente por ser um Estado que importa muito”. Arlan relatou que quando esteve reunido com outros sindicatos do país, no início do ano, a defasagem do setor foi discutida, e já atingia 14,11% em janeiro. “Isso foi antes do aumento. Se já era 14,11% antes do aumento, imagina agora. 14% é a margem de lucro, mas como pode ser se estamos com essa defasagem?”. Com tudo isso, o presidente do sindicato disse que as expectativas não são as melhores, e não seria surpresa se empresas começassem a fechar. “Teremos um ano tenebroso para o setor”.


JPB