Parte de um prédio desabou, na manhã desta sexta (7), no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. Há, ao menos, 21 vítimas: oito pessoas morreram, três foram internadas e quatro homens foram para um hospital com ferimentos leves. Outras seis pessoas estão desaparecidas sob os escombros, incluindo crianças, segundo o Corpo de Bombeiros.
O desabamento ocorreu às 6h07. O prédio fica na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima e faz parte do Conjunto Beira-Mar. Segundo os bombeiros, um dos blocos desabou totalmente; e outro, parcialmente.
Foram encontrados mortos, em meio aos destroços:
Maria da Conceição Mendes da Silva, 43 anos;
Deivison Soares da Silva, de 19 anos, filho de Maria;
Um homem de 45 anos de nome não divulgado;
Um adolescente de 12 anos de nome não informado;
Um rapaz de 21 anos, encontrado no início da noite de sexta (7)
Um adolescente de 17 anos
Uma menina de 5 anos;
Um menino de 8 anos.
As vítimas internadas no hospital são:
Duas adolescentes de 15 anos de nomes não divulgado;
Uma mulher de 65 anos de nome não informado;
Um vídeo mostra o momento em que uma das adolescentes de 15 anos é encontrada sob os escombros (veja abaixo). A jovem foi levada ao Hospital da Restauração, no Recife, e tem quadro de saúde estável. "Ela sofreu fraturas na bacia e, até o momento, não há indicação cirurgia nem previsão de alta", disse a assessoria da unidade de saúde às 17h30.
A outra mulher resgatada com vida sob os escombros foi levada para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, com politraumatismo. Ela fez exames, encontra-se estável e foi transferida para o Hospital Português, na Ilha do Leite.
Deivison também foi levado para o Hospital Miguel Arraes, onde teve uma parada cardiorrespiratória e chegou a ser reanimado pela equipe médica, mas não resistiu aos ferimentos.
As quatro pessoas que sofreram ferimentos leves têm 16, 17, 21 e 22 anos. Elas também foram levadas para esse mesmo hospital, que informou que elas devem ter alta até o fim desta sexta.
Buscas
De acordo com o coronel Robson Roberto, algumas das vítimas soterradas se comunicam com os bombeiros durante a busca.
"É um trabalho que a gente conta com o auxílio dos cães, que já indicaram onde a gente tem essas possíveis vítimas. As vítimas que estão responsivas foi mais fácil, porque com nosso estímulo, elas nos responderam. Estamos mantendo essas frentes de trabalho, mas é um trabalho que tem que ser feito com calma, com cautela, porque são pessoas que estão sob escombros e a gente obviamente está com a intenção de tirá-las com vida local", disse.
Esse tipo de prédio, que é popularmente conhecido como "prédio caixão", tem térreo e três andares e, em cada pavimento há quatro apartamentos. O edifício estava interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de Paulista. No entanto, foi reocupado em 2012.
Uma vistoria foi feita em 2018 e confirmou a interdição, mas os moradores seguiram no local. Não há informação se as pessoas estavam em algum programa habitacional ou se recebiam algum tipo de suporte para deixarem o local de risco.
Uma mulher que não quis se identificar disse que a irmã, Maria da Conceição, morava no edifício com os filhos.
“A gente ocupou aí porque não tinha onde morar. Minha irmã e os filhos dela estavam lá. Moravam cinco filhos com ela aí. A gente está sem notícia dela”, disse.
O despachante Jailson Júnior presenciou o momento em que o edifício caiu.
"Eu trabalho no terminal de ônibus do Conjunto Beira-Mar, aqui do lado. Havia pessoas soterradas lá embaixo, inclusive uma placa [de concreto] caída em cima de crianças. Está todo mundo aqui, Samu, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros", disse.
As buscas por vítimas seguem no local, com participação de 50 bombeiros e 40 voluntários. Cães farejadores também são utilizados na operação para encontrar pessoas.
Em abril deste ano, uma parte do Edifício Leme desabou em Jardim Atlântico, Olinda. O acidente deixou seis mortos e cinco feridos. O prédio estava interditado desde 2000, por causa de problemas de segurança. Entretanto, foi reocupado.
G1