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São Paulo perde de virada para o Sport e vê queda de tabu, recorde e série invicta de Dorival, mas avança na Copa do Brasil nos pênaltis



O Sport nunca tinha vencido o São Paulo no Morumbi na história. Chegou ao estádio com uma derrota de 2 a 0 em casa na conta, no jogo de ida. E ocupa só a nona colocação na Série B. Pois bem, nenhum tabu foi capaz de deter o Leão pernambucano, que na noite desta quinta-feira (1) quebrou de vez o tabu histórico, venceu o Tricolor por 3 a 1 de virada e encerrou a sequência de 13 partidas invictas do clube, 12 das quais sobre o comando de Dorival Júnior. Apesar do surpreendente revés, os paulistas se classificam para as quartas de final da Copa do Brasil no final vencendo o duelo nos pênaltis por 5 a 3.

Em um jogo que prometia fácil, mas se tornou traiçoeiro, foi um São Paulo de muita construção, mas de pouca objetividade. Conformado pela vantagem obtida no jogo de ida do duelo, o Tricolor passou os primeiros privilegiando a posse de bola, mas sem aplicar muita velocidade e aplicação, até para se poupar em meio à maratona de jogos.

Parecia que mesmo assim ia dar. Tanto que Michel Araujo fez um dos gols mais bonitos do clube na temporada. Após um erro da defesa na saída de bola, Luciano recuperou e tabelou com o uruguaio, que ainda deu passe de letra antes de chutar para abrir o marcados.

No final do primeiro tempo, contudo, o Sport fez a leitura do que pretendia o Tricolor. Passou a investir na aceleração, a mexer mais em campo e conseguiu encontrar o caminho das pedras para furar os mandantes, marcando os três dolorosos gols (dois do zagueiro Sabino desviando cobranças de escanteio) que levaram o duelo para as penalidades.

E aí melhor melhor para o São Paulo. Luciano Juba foi o único que perdeu sua cobrança. Resultado que, se para efeito prático pouco resolveram para efeitos de classificação dos visitantes, pelo menos demoliu de vez a chance de Dorival aumentar sua série recorde de invencibilidade e dá uma moral para o clube para a sequência da Segundona. Resta saber como o resultado afeta o Tricolor…

ENTRE A FOICE E O MARTELO

O São Paulo que foi a campo nesta noite era um time livre, leve e solto. Livre da pressão pelo resultado. Leve o suficiente para cozinhar a bola de maneira espaçada. Solto o bastante para até dar margem para o Sport ter a posse de bola. Mas que não rendia grande perigo.

Quando a comunhão de fatores se une, fica evidente que o Tricolor teria uma noite de boa atuação. Que começou logo aos 2′, quando Caio Paulista chegou chutando pelo lado esquerdo e obrigando o goleiro Renan a espalmar. O Sport tentou usar o espaço dado? Tentou. Rendeu algumas chegadas à frente e uma cabeçada perigosa de Rafael Tryere que passou tirando tinta da trave, aos 21′.

Mas era pouco para ofuscar a noite são-paulina. Aos 17′, Gabriel Neves recebeu passe colocado de Luciano na ponta-direita e fez o cruzamento, que Alisson desviou exigindo outra boa atuação de Renan. Cinco minutos depois, uma boa jogada. Rafinha lançou Calleri dentro da área. O argentino fez o breque na linha de fundo, tirou a marcação, driblou o zagueiro Sabino e viu seu chutar para de novo no goleiro do time pernambucano.

ORDEM E PROGRESSO

O ritmo tricolor era cadenciado e pausado, digno de quem tem a confiança necessária para definir o jogo quando bem entendesse. Só não poderia esperar que a zaga do Sport quisesse fazer parte do ritmo.

Aos 26′, a zaga pernambucana errou feio na saída de bola. E aí veio uma das jogadas mais plásticas deste ano do São Paulo. Luciano recuperou a redonda, tocou curto para Michel Araújo, que devolveu de letra. O camisa 10 devolveu a tabelinha e o uruguaio teve tempo de atropelar a marcação e escolher o canto onde ia bater para abrir o placar e ampliar ainda mais a vantagem numerosa dos mandantes.

AO INFINITO. E ALÉM…

Se já estava difícil com o empate sem gols, ficou ainda mais difícil para o Sport com o tento sofrido. A equipe até chegou mais uma vez, com Fábio Matheus desviando de cabeça uma cobrança de falta e exigindo boa defesa de Rafael.

Mas foi só. A partir daí foi uma sequência de um samba de uma nota só. O primeiro a danças foi Pablo Maia. Aos 35′, Neves, de novo, fez passe enfiado na medida para Calleri, que dominou e encontrou Pablo Maia atrás que, livre de marcação, chutou sobre as metas. Logo em seguida, novamente o Tricolor sufocou a saída do jogo do rubro-negro. Novamente Luciano conseguiu recuperar. Mas desta vez a tabela saiu com Alisson, que chutou de direta e viu a zaga desviar pela linha de fundo.

LEÃO COMEÇOU A RUGIR

Conhecem o ditado de que quem não faz toma? Pois bem, foi o que aconteceu. A vantagem no marcador relaxou o São Paulo. Que trocou a leveza pelo desleixo, desperdiçando a posse de bola e arriscou ofensivamente com jogadas de efeito. O Tricolor acabaria punido.

Aos 43′, Jorginho receber ótimo passe dentro da área e chutou para Rafael defender. Prenúncio, afinal na jogada seguinte o mesmo Jorginho cobrou o escanteio, Diego Costa afastou, mas Felipinho pegou a sobra e finalizou com força para Rafael defender. O problema é que o rebote ficou limpo para Alisson Cassiano completar às redes e empatar o jogo.

TICO-TICO NO FUBÁ TRICOLOR

Pois bem, a dinâmica do São Paulo de manter calma de tentar controlar o jogo pela posse de bola, mantendo os espaços entre as linhas, ruiu de vez no início do segundo tempo. O Sport tratou de colocar velocidade no tempero tricolor. E embaralhou as coisas. Logo aos 5′, Luciano Juba cobrou falta no veneno no ângulo esquerdo e obrigou Rafael a se esticar todo para salvar. No lance seguinte, não teve jeito. Jorginho cobrou o escanteio fechado e o zagueirão Sabino subiu sozinho para testar e sacramentar a virada pernambucana.

É HORA DE AMARRAR

Se a virada obrigava o São Paulo a mexer um pouco no seu estilo de jogo para tentar recuperar os espaços dentro do campo tomados pelo Sport. Aos 22′, em jogada individual, Wellington Rato fez bela jogada individual, penetrou na área e finalizou rente à trave.

Parecia que ia, mas não foi o que aconteceu. Pouco disposto a se arriscar e exigir ainda mais fisicamente do seu grupo, Dorival fechou a casinha. Ocupou os espaços por onde o Sport buscava atacar. Mas restava a bola parada. E foi através dela que veio o milagre. Aos 48′, em cobrança de escanteio, Sabino de novo subiu mais toda a zaga e marcou o gol redentor que levou a decisão da vaga para os pênaltis.

PÊNALTIS

Wellington Rato (São Paulo) – GOL – 1 x 0
Sabino (Sport) – GOL – 1 x 1
Beraldo (São Paulo) – GOL – 2 x 1
Luciano Juba (Sport) – DEFENDEU RAFAEL – 2 x 1
Calleri (São Paulo) – GOL – 3 x 1
Alisson Cassiano (Sport) – GOL – 3 x 2
Rafinha (São Paulo) – GOL – 4 x 2
Rafael Thyere (Sport) – GOL – 4 x 3
Pablo Maia (São Paulo) – GOL – 5 x 3

PRÓXIMOS JOGOS

Os jogos das quartas de final da Copa do Brasil estão marcados para acontecer nas semanas dos dias 5 e 12 de julho. O sorteio dos confrontos acontecerá em breve pela CBF. Enquanto isso, às 16h (de Brasília) do próximo domingo (4), o São Paulo encara o Grêmio, em Porto Alegre (RS), pelo Campeonato Brasileiro. No mesmo dia, mas as 18h30 (de Brasília), o Sport enfrenta o Londrina pela Série B, fora de casa.

Fonte: Lance!