O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defendeu a legitimidade das manifestações ocorridas em Brasília – e em outras capitais brasileiras – desde o segundo turno das eleições de 2022, que confirmou a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas redes sociais, o senador eleito pelo Rio Grande do Sul afirmou que o clamor dos protestos é “legítimo”, apesar das tentativas de associar os atos a episódios antidemocráticos. “O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de ‘antidemocrático'”, escreveu Mourão. A declaração do vice-presidente acontece dois dias depois da sede da Polícia Federal (PF) em Brasília ser alvo de ataques de manifestantes, que também incendiaram ao menos oito carros e cinco ônibus e depredaram janelas de um hotel da região. Nesta terça, deputados, senadores e autoridades aliadas do presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para rebater as acusações de que os atos de vandalismo teriam sido cometidos por bolsonaristas. Segundo eles, os protestos de direita são caracterizados por pacificação, não por vandalismo.
“Eles tem cara de Black Blocs, jeito de Black Blocs, fúria de Black Blocs, cheiro de Black Blocs e violência dos Black Blocs”, escreveu o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Assim como ele, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, falou em “táticas de guerrilhas” já antes vistas e questionou: “A quem interessa esse tumulto?”. “Fogo em lixeiras e veículos. Já vimos esse filme antes. Não fazem parte dos movimentos conservadores”, afirmou Machado. Quem também defendeu as manifestações como parte da democracia foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). No Twitter, afirmou que manifestações “fazem parte da democracia”, mas repudiou atos de desordem. “A capital federal recebeu cidadãos de todo o Brasil que, há mais de um mês, vem se expressando de maneira ordeira. Repudio veementemente a desordem, a violência e o risco à integridade física ou de patrimônio público e privado”, escreveu ao pedir para que governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reeleito em outubro deste ano, recobre cuidados com a segurança.
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