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PSD não apoiará Lula nem Bolsonaro



O presidente do PSD, Gilberto Kassab, informou nesta 5ª feira (14.jul.2022) que o partido ficará neutro nas eleições presidenciais deste ano. O dirigente alegou não haver unidade dentro da sigla para apoiar nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e, tampouco, os demais nomes na disputa.


“A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios”, escreveu em suas redes sociais.


O PSD, por exemplo, está coligado com o PT em Minas Gerais e com o Republicanos, um dos partidos da base de Bolsonaro, em São Paulo. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) deverá disputar o governo mineiro tendo como vice o deputado estadual André Quintão (PT). Já para o governo paulista, o partido decidiu apoiar o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e indicou o ex-prefeito Felício Ramuth (PSD) para a vice.


Durante os últimos meses, Kassab negociou com diversos partidos e, tanto apoiadores de Lula, quanto de Bolsonaro, aventaram a possibilidade de o PSD declarar apoio a um dos 2 ainda no 1º turno.


O PT, por sua vez, tenta atrair mais partidos para além da coligação nacional – formada por PT, PSB, PC do B, PV, Rede, Psol e Solidariedade. O partido tem conversado com lideranças do MDB e pretendia atrair o PSD.


Lula esteve em Brasília na 3ª e 4ª feiras (12 e 13.jul), onde se reuniu com diversos partidos. Ficou acertado, por exemplo, que lideranças do MDB de 10 Estados se reunirão com o ex-presidente na próxima 2ª feira (18.jul.2022) para selar o apoio do grupo à sua candidatura presidencial. O movimento ajuda a esvaziar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet, nome do MDB, para a disputa à Presidência da República.


O petista também se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O Poder360 apurou que Lula afirmou admirar o trabalho do senador, que retribuiu: disse que não pode declarar voto por sua posição institucional, mas que o apoia.


No comunicado, Kassab disse, no entanto, que, em “momento apropriado” irá compartilhar sua preferência pessoal para as eleições deste ano, “de modo a não interferir na boa governança partidária”.


Kassab também disse que o partido tentou desenvolver uma candidatura própria tendo convidado Pacheco para a missão. O senador, no entanto, desistiu do pleito ainda no início do ano. Ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou”, escreveu.


O dirigente disse que o partido também realizou uma consulta aos seus congressistas federais e estaduais, dirigentes partidários e líderes em todos o país. A posição de Kassab deverá ser apresentada na Convenção Nacional do PSD e deverá ser referendada.


VEJA O COMUNICADO:

LEIA A ÍNTEGRA:

“Colegas dirigentes, parlamentares, executivos e filiados do Partido Social Democrático em todo o Brasil.

“Quero expor aqui os fatores que me levam a defender este entendimento, que considero o mais adequado para a participação do PSD nessa eleição presidencial de 2022.

“O Partido, ao longo de meses e com a atuação de diversas lideranças, buscou o desenvolvimento de uma candidatura própria.

“Tínhamos o melhor pré-candidato, o senador Rodrigo Pacheco. A sigla estava unida em torno da sua candidatura.

“Diante do convite, recebido com grande entusiasmo, Pacheco ponderou ao longo de meses e se convenceu da importância de sua presença à frente da presidência do Senado ao longo do processo eleitoral, papel fundamental para garantir a estabilidade institucional do Brasil.

“Ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou.

“Sem o horizonte de uma candidatura própria que pudesse contribuir com o debate neste cenário de polarização, iniciamos uma consulta nacional que, agora, está concluída.

“Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país.

“A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios.

“Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa Convenção Nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial.

“No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito.

“Gilberto Kassab”