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Bolsonaro: Fachin, Moraes e Barroso agem ‘como adolescentes’



O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou criticar nesta quarta-feira, 16, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Os três também atuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).



O chefe do Executivo disse que eles agem “como adolescentes” e os acusou de querer torná-lo inelegível na “base da canetada” para beneficiar o ex-presidente Lula (PT), que deve ser seu principal adversário nas eleições deste ano.



“Difícil continuar três ministros do STF agindo dessa maneira. É uma perseguição clara à minha pessoa… Essas três pessoas não contribuem com o Brasil em nada”, disse o presidente, em entrevista à Jovem Pan.



Bolsonaro ainda afirmou que os ministros tentam desgastar o governo para “eleger seu candidato, que é o Lula”. Ele disse, ainda, que “jamais faria o que ele (Fachin) fez, dando início à anulação do julgamento do sr. Lula”.



O comentário faz referência à decisão do ministro, em março do ano passado, de anular todas as condenações do ex-presidente pela Justiça Federal no Paraná relacionadas à Operação Lava Jato. “Querem entregar a faixa ao ex-presidiário Lula”, defendeu.



Urnas

Em mais um momento de confronto com ministros do STF, Bolsonaro rebateu Fachin, que citou a Rússia como origem da maior parte dos ataques hackers contra a Justiça Eleitoral brasileira. O presidente classificou a fala como constrangedora, em um momento no qual está em viagem ao País.



“Não estou na Rússia para programar ataque hacker a computadores do TSE”, disse o chefe do Executivo.



“O próprio Fachin acaba de comprovar no meu entender que ele não tem confiança no sistema eleitoral, eu não sei o que está passando na cabeça deles. Se o sistema eleitoral é inviolável, por que essa preocupação? Acabaram de comprovar que pode ser violável”, afirmou Bolsonaro durante a entrevista.



Economia

Na entrevista, Bolsonaro também negou que o governo federal esteja tentando furar o teto de gastos. “Não temos por que fazer qualquer aventura (na economia), depois de 3 anos”, afirmou.



A fala do chefe do Executivo é uma resposta a críticas feitas por especialistas e por setores do mercado financeiro de que a gestão estaria abandonando o discurso de austeridade fiscal.



A avaliação é de que o Executivo tem patrocinado projetos de lei que autorizam o governo a gastar, como a PEC dos Precatórios. O objetivo seria impulsionar a reeleição de Bolsonaro.



O presidente também falou sobre a tragédia das chuvas em Petrópolis (RJ), que deixaram ao menos 94 pessoas mortas. Ele anunciou que vai editar uma Medida Provisória para liberar recursos ao município. Os detalhes devem ser anunciados pelo governo nos próximos dias.


Com informações do Estadão Conteúdo