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Câncer de pele: o perigo está no protetor solar e não no sol?



O verão se aproxima e com ele os dias de sol e calor. Praia, piscina ou uma simples caminhada sob o sol forte do verão lembram a muitos um cuidado essencial: o protetor solar. Um vídeo que circula em grupos de mensagens, no entanto, condena o produto. 



Segundo a publicação, os protetores solares são os verdadeiros causadores do câncer de pele, e não o sol. O vídeo está acompanhado de uma legenda com os dizeres: "O SOL NÃO PROVOCA CÂNCER, O PROTETOR SOLAR SIM. A vitamina 'D' se transforma em CALCITRIOL, que é o grande reparador do corpo humano". Até o momento desta checagem, a postagem já tinha recebido mais de 3 mil visualizações. 



O MonitoR7 ouviu um especialista sobre as afirmações dessas postagens. O doutor Daniel Cassiano, dermatologista e membro das sociedades brasileiras de Dermatologia e de Cirurgia Dermatológica, afirma que o uso regular de filtro solar é a medida preventiva mais eficaz contra o câncer de pele. 



O médico reforça que o principal fator de risco para os carcinomas de pele é a exposição à radiação ultravioleta. Mas confirma que a vitamina D é importante para a saúde. E que ela é produzida no organismo pela exposição aos raios ultravioleta B, presentes na luz solar. 



Para a produção de vitamina D, no entanto, é necessária a radiação UVB (raios ultravioleta B). "Não recomendamos a exposição solar para a producão da vitamina D. Em caso de deficiência é melhor repor por via oral", diz Cassiano.



Ao ser questionado sobre a possibilidade de o filtro solar causar câncer, o dermatologista foi enfático: "Alguns filtros solares têm em sua composição a benzofenona, que pode ser cancerígena. A concentração nos filtros solares, porém, é muito baixa. Para causar tal efeito seria necessário muito tempo de exposição, mais de 200 anos, em média". 



Em janeiro deste ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu uma nota em que reitera a "total segurança e eficácia dos filtros solares, sobretudo para prevenir o câncer de pele e auxiliar no tratamento terapêutico de inúmeras doenças agravadas pela exposição inadequada ao sol". Na nota, a SBD reforça que todos os filtro solares em uso no Brasil foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 



Ainda no vídeo com as informações falsas, o narrador diz que a camada de ozônio nunca existiu e que o aquecimento global é uma farsa.



Em relação à existência da camada de ozônio e sua importância para a proteção da vida na Terra dos efeitos nocivos da radiação solar, trata-se de uma constatação científica do início dos anos 1970, uma pesquisa que premiou seus três autores com o Nobel de Química em 1995. O combate à redução da camada de ozônio foi ainda motivo para a criação de um bem-sucedido acordo internacional, o Protocolo de Montreal.



No que diz respeito ao aquecimento global, o tema vem sendo estudado há décadas por cientistas do mundo inteiro, reunidos no IPCC, painel da ONU sobre mudanças climáticas, que também ganhou um Nobel. No caso, o da Paz, em 2007. Noventa e nove por cento dos cientistas, segundo pesquisa, concordam que o aquecimento global existe e que está sendo provocado pela ação do homem por meio do aumento da emissão de gases de efeito estufa.



Trata-se, portanto, de uma notícia falsa. Os protetores solares são seguros e não causam câncer de pele quando devidamente utilizados. Pelo contrário, são comprovadamente agentes de prevenção contra o câncer de pele. 



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