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‘Renan Calheiros cria situações para atacar Bolsonaro e proteger governadores’, diz senador


O senador Ciro Nogueira (PP) considera que o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros, está criando situações para atacar o presidente da República, Jair Bolsonaro, e “constranger pessoas de bem”. Na avaliação do parlamentar, parte dos seus colegas, incluindo Calheiros, estão “ameaçando” as testemunhas. “Está se criando uma narrativa, ameaças que não tem sentido, tem que ir falar, mas existe sentimento por parte do relator e dos membros de querer criar constrangimentos. Alguns membros estão toda hora falando de prisão de pessoas. É uma forma de constranger e isso não pode acontecer de forma nenhuma”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 14. “É como se o relatório já estivesse produzido antes da CPI, isso passa imagem muito ruim”, opinou. Da mesma forma, o senador ressaltou a postura de Calheiros de “tentar proteger os governadores” de possíveis investigações sobre desvios de recursos públicos. Pontuando, no entanto, que essa proteção não será eficiente. De acordo com o parlamentar, se necessário, a Comissão Parlamentar de Inquérito pode convocar as autoridades estaduais para prestarem depoimento.

Sobre a participação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e as investigações sobre a crise de oxigênio em Manaus, Ciro Nogueira afirmou que a expectativa é que o general preste depoimento, embora ressalte que o “governo federal não tenha responsabilidade por comprar oxigênio ou equipamentos”. “Ele disponibiliza recursos. Pode tentar ajudar na logística, por isso o depoimento do Pazuello é fundamental. Mas esse não é o foco da CPI. O Renan Calheiros tem procurado criar situações e narrativas para atacar o presidente da República”, disse. O ex-ministro da Saúde, no entanto, pode não falar no colegiado. Nesta quinta-feira, 13, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas corpus preventivo para garantir que o ex-ministro possa ficar em silêncio. Para Ciro Nogueira, a não participação de Pazuello pode ser uma consequência da atitude dos membros do colegiado, que estão constrangindo “pessoas de bem, que não mataram, não roubaram”. “É uma piada e uma ameaça desnecessária para tentar constranger e pode acarretar a não ida do ministro Pazuello. Dessa forma, com alguns membros se portando para criar fatos, vai acabar que qualquer cidadão de bem não vai.”



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