A ação foi movida por partidos da oposição, que entenderam que, sim, há crimes, como corrupção ativa e advocacia administrativa, no diálogo entre o presidente e o senador. O áudio do encontro foi divulgado nas redes sociais pelo próprio Kajuru em 11 de abril.
No áudio, Bolsonaro pressiona o senador a ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do STF. O presidente pediu, também, que a CPI, inicialmente discutida para investigar as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19, fosse ampliada para também apurar a atuação de governadores e prefeitos.
A CPI foi instalada nesta terça-feira (27) no Senado Federal. Os membros confirmaram o acordo feito há semanas e elegeram para a presidência e vice-presidência, Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente. Aziz designou o senador Randolfe Calheiros (MDB-AL) para a relatoria.
Para Aras, contudo, o diálogo entre Bolsonaro e Kajuru sobre a CPI “é natural”. “Fazendo-os trocar opiniões pessoais, pontos de vista, críticas e informações sobre os trabalhados vindouros, independentemente de fonte ou de apuração prévia”, disse.
“Não há como se extrair das falas transcritas que o presidente da República defendeu, ao manifestar-se pela ampliação da investigação, interesses particulares de outrem, tendo ele deixado claro tratar-se, sob seu ponto de vista, do melhor cenário para o país”, completa.
Plínio Aguiar, do R7