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OMS não ficou sabendo do coronavírus pelo governo chinês

A Organização Mundial de Saúde (OMS) modificou a 'linha do tempo' sobre o início da pandemia do novo coronavírus em seu site oficial. Segundo a entidade, a intenção é esclarecer como os surtos iniciais foram descobertos em Wuhan, mas a edição mostra que as primeiras informações não partiram do governo chinês.
Em uma entrevista em abril, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse que a entidade teve suas primeiras informações sobre a nova doença por meio da China. O que a nova redação da linha do tempo esclarece é que essa descoberta veio primeiro por meio do escritório da OMS no país e relatos da imprensa local.

Linha do tempo
Segundo o site da entidade, no dia 31 de dezembro de 2019, o escritório da OMS na China encontrou um aviso à mídia local feito pela Comissão Municipal de Saúde de Wuhan sobre casos de uma "pneumonia viral" na cidade. A seção responsável pela região ocidental do Pacífico foi alertada.

No mesmo dia, o serviço de monitoramento epidemiológico da entidade detectou um relato na imprensa sobre o mesmo conjunto de casos de "pneumonia de origem desconhecida" em Wuhan.

Em 1º de janeiro deste ano, a OMS diz ter pedido informações sobre esses casos para as autoridades chinesas e acionado seu programa de emergências.

O pedido de informações foi repetido no dia 2 de janeiro, junto com uma mensagem do representante da OMS na China para a Comissão Nacional de Saúde do país, oferecendo apoio. A entidade também acionou sua rede global de alerta contra surtos epidemiológicos.

Somente no dia 3 as autoridades chinesas enviaram as informações sobre os casos de Wuhan para a OMS. Nos dias seguintes, a entidade enviou seus primeiros alertas para todos os estados-membros.

Críticas internacionais
Na versão anterior da linha do tempo, a OMS dizia apenas que foi informada sobre os casos de Wuhan em 31 de dezembro, mas não especificada qual teria sido a fonte da informação.

A OMS recebeu diversas críticas ao longo dos últimos meses por conta de um suposto favorecimento ao governo chinês. Donald Trump, presidente dos EUA, o país mais afetado pela covid-19 no mundo, encerrou os laços norte-americanos com a entidade no fim de maio.


R7