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Estalar o corpo faz bem ou mal? Descubra

O analista comercial Diego Gottardi Juvillar, de 28 anos, é uma das muitas pessoas que gostam de estalar o corpo em busca de relaxamento ou para aliviar dores. Mas será que essa prática faz bem ou mal?

Como quase tudo na seara da saúde, o exagero pode ser prejudicial. Diego, por exemplo, diz que estala o pescoço e os dedos da mão cerca de seis vezes ao dia. “Gera uma sensação de conforto e até um alívio de tensão.
É a mesma sensação de se espreguiçar”, conta. O analista nunca observou dores antes ou depois da prática. “Nunca senti nenhum problema em relação a isso. É mais uma questão de costume, mas, se eu não fizesse, tudo bem, também.”

Ele ressalta que nunca percebeu em seus dedos o tal engrossamento das juntas, que muita gente diz acontecer com quem estala muito as articulações. “As minhas não estão mais grossas”.

O que diz a ciência
Os supostos problemas ou benefícios de estalar o corpo não foram alvo de tantos estudos rigorosos pela ciência, como acontece com outras áreas, mas podemos chegar a algumas conclusões sobre o assunto. “Não há relatos na literatura de pessoas que tenham problemas comprovadamente causados pelos estalos”, diz o médico ortopedista Mateus Saito, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, da USP.

Ele explica que o estalo é produzido pela passagem rápida do líquido sinovial por uma articulação, gerando pressão e som característicos. Há um efeito indireto no músculo se a pessoa estiver incomodada com determinada posição da articulação — ou seja, o músculo tende a relaxar, daí a sensação de conforto.

Para o médico, se não há dor envolvida antes ou após o hábito, normalmente também não há com o que se preocupar. “Será um problema se a prática estiver acompanhada de dor ou se for uma mania, o que pode gerar sobrecarga das articulações e atrapalhar outras atividades”, alerta o médico.

Segundo Saito, algumas pessoas sentem alívio da articulação quando estalam, associando o hábito a “colocar uma articulação no lugar”. “Mas isso não é medido ou comprovado”, afirma o especialista. “O benefício é o alívio, mas não há provas de que está se alinhando ou colocando algo no lugar.”


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