O órgão tinha parado de funcionar 20 minutos antes.
Desta vez, porém, os médicos do St Vincent's Hospital, em Sydney, ressuscitaram e transplantaram órgãos que haviam parado de bater até 20 minutos antes.
A técnica envolveu uma máquina que os médicos batizaram de "heart-in-a-box" (coração em caixa), que mantém o órgão aquecido. Os batimentos são então restaurados e fluidos e nutrientes são injetados para reduzir o dano muscular.
A primeira paciente a receber um transplante usando a técnica foi Michelle Gribilas, de 57 anos.
"Agora sou uma pessoa totalmente diferente", disse a mulher, que recebeu o coração dois meses atrás. "Me sinto como se tivesse 40 anos. Tenho muita sorte."
Desde então, duas outras cirurgias semelhantes foram realizadas.
A equipe responsável pelos experimentos estima que a técnica do "coração em caixa", que está em testes em todo o mundo, pode elevar em até 30% o número de vidas salvas por transplantes, devido à maior disponibilidade de órgãos.
"Esse avanço representa um passo na redução da falta de órgãos", disse o chefe da unidade de transplantes do hospital St Vincent's, Peter MacDonald.
Mais órgãos
Diferentemente de outros órgãos, o coração não é aproveitado após a chamada morte circulatória – quando cessam os batimentos cardíacos. O órgão é retirado e mantido no gelo por até quatro horas antes da operação.
Diversos métodos de aquecimento e fornecimento de nutrientes são usados para manter outros órgãos, como o fígado e os pulmões, próprios para transplante.
A Fundação Britânica para o Coração descreveu a técnica como "um desenvolvimento significativo".
BBC Brasil